segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

TE QUERO

Quero alguém que me queira por querer.
Alguém que queira meu corpo, meu cheiro, meu gosto.
Quero alguém que me queira porque sou eu.
Alguém que me chame pro lado cheio da cama.
Alguém que não use desculpas pra me convidar.
Eu quero alguém por inteiro.
Alguém que não me deseje só quando estou embriagada.
Quero a sobriedade do desejo contido.
Quero o amor em última instância.
Quero escrever histórias com palavras desconhecidas.
Eu quero porque sim, porque posso e porque é pra ser.
Alguém que não me contenha.
Alguém, que me domine, alguém me laceia.
Alguém que não me chame pra mais um sexo.
Que não me cheire a nuca pra me ganhar.
Que me pegue pelo braço sem pedir.
Me tome o corpo, a alma e os quadris.
Quero dividir o lençol, o suor e o gozar.
Gozar de uma vida com relâmpagos que se acendam e incendeiam meu interior.
Eu quero esse alguém igual a mim,
com pernas, boca e o olhar, o ensinar e o aprender.
Aquele olhar que pede, que invade meu cantar.
A melodia do anoitecer que me transforma em outro ser, outro querer, um novo viver.
Eu quero o mar, o luar, o vento e o calor.
O calor que vem dos seus abraços, dos seus seios, do seu deixar tocar.
Me deixe invadir sua vida, sua cama e o seu desejo.
Te busco, te espero e te chamo:
venha me encontrar!
Se é crime te querer, me condene, me prenda, me julgue.
mas permita que te encontre na esquina, na quina, no rodapé do quarto.
Me deixe te ver, te ter, te pegar de jeito, sem jeito, de perto.
Te quero junto, quero tudo o que tiver pra mim.
Me inspire e respire minhas vírgulas, minhas letras, meus contos.
Todos eles que não terminam, que nunca encontram seu sim.
Eu quero você, agora, sem hora, pra nunca mais terminar.
Aproveitando a deixa, te deixo sem sinais de levantar.
Pense.
Repense todo seu negar.
Eu quero alguém assim igual a você e a mim.
Eu te quero inteira só por hoje, e amanhã, e depois, e depois, e depois...

sábado, 8 de dezembro de 2012

E começa assim...

Não há manifestação maior do egoísmo que a dor de uma traição.
Tudo o que nos sustenta em pé parece desmoronar ao som de vários explosivos.
Nosso sangue parece se inverter e fazer o coração bater tão alto a ponto de o escutarmos do lado de fora do corpo humano. (E é possível isso?)
Um buraco absurdo no estomago, o raciocínio vira transtorno latente, as mãos trêmulas e as pernas desorientam-se movendo-se sem direção.
As palavras saem sem propósitos, o choro é sofrido, amargo, doente. O sentimento é de morte matada definitivamente pra sempre.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Imoral

Passei a te olhar de uma maneira que posso tocar cada detalhe do seu corpo, cada pedaço, cada marca, de cima a baixo.
Sentir o cheiro que vem de você quando chora, quando ri, quando me ama.
Aquele aroma biológico, químico, metafísico que misturado ao meu, exala a mistura perfeita da paixão.
Eu aprendi a te tocar, te dar e tirar prazer de você, com você.
Aprendi a te meditar, parar e te ver na rua, no carro, no banho, na cama.
Consegui te beijar com o fechar dos meus olhos, te degustar com o lamber dos meus lábios.
Te alcancei ali tão perto, tão inteiro, tão para mim.


E então você dança, e canta, e balbucia um 'sim'.
Volta e revolta para me entontecer.
E desperta um coração tão tolo, tão sem mais nem porquês.
Você faz de graça, nem me ameaça, promete, cumpre e me agrada.
Eu sonho, desejo um beijo. Só mais um...
Seu beijo real diante de tanto sonhar.

Eu quero sua língua, sua linguagem, sua literatura,
todas elas envoltas em arte, de bandeja, de presente.
Espero sua chegada, seu término, seu caminho.
Me entrego ao seu chamado, seu gemido, suas palavras.
Fala ao pé do meu ouvido, à ponta do meu juízo, ao som do vai e vem dos nossos corpos.
De frente me namora com o olhar, com a alma, com o sexo.
Me ordena que deite, que deixe, que arrepie.
Permissão para tomar nas mãos meu ser infinito, aceso em brasa.
Me come aos poucos, saboreando o paladar íntimo da loucura.

Eu com você não pode ser.
Nós de mãos dadas, de peito rasgado, de coxa colada,
só servem para atordoar a moralidade, a ética e a paz.
Assim mesmo, me atiça, me anima e sem mais, sai de cena,
Me tortura de tal forma que esqueço a sensatez que me abandona.
Me abandona à sua sorte, à sua vontade.
Sem me questionar voa para longe.
E depois de muito tempo, as águas que te devolvem me saciam a pele, hidratam a alma, me banhando em contentamento.
Acredite, me seduz ao me olhar.
Você me consome o existir e o desejar.
Manipula meus atos, meus abraços e meu falar.

A rigidez dos músculos que contrai a vontade de se dar,
me alimenta o desejo de te pegar pelas pernas, pela nuca, pela boca.
Nu em meu peito, se esfrega no intenso mar de vontades doidas e proibidas.
Pede mais, me concede mais,
mais uma vez, outra vez, toda vez.

E o ato imoral peca por querer,
Concede o masturbar dos encontros.
Desobedece o bom costume.
E termina por gozar rente aos lábios, de frente, de quatro.
E em meio a tanto desejar,
sem mais palavras,
posso agora repousar no intenso ato de te amar.

domingo, 16 de setembro de 2012

O Sexo Frágil

Nessa pose eu só consigo encarar sua altivez.
Esse quadro que você pintou de reluzente amarelo ouro
não encontro nenhum espaço, nenhuma brecha.
Os homens, tão frágeis e medrosos fazendo de tudo para impor sua autoridade.

Pobres coitados!
Não percebem que a leveza da verdade transforma qualquer dor.
Não entendo seus enganos.
E provar a irresistível condição máscula.

Deixa de pensar que o último biscoito do pacote é mais gostoso.
O abrir da embalagem também é prazeroso.
O rechear da relação também é excitante.

Acorda pra vida!
Sai desse pedestal que você mesmo escalou.
Se desarma, desamarra essa marra.
Cai sem pára-quedas. Abre os braços. Tome suas chances!

Os arranhões da ousadia cicatrizam em uma hora.
O calor do momento passa num instante.
Mas negar a corda bamba não paga o gozo da conquista.

Me desculpe, só sei ser assim.
Só aprendi a te olhar de frente,
sem máscaras, sem esconde-esconde.

Me desculpe, tudo o que desejei foi inteiro e intenso e rasgante.
Não entendo o "mais ou menos", não caminho no medo.
Me desculpe, tudo o que eu queria era apertar seu corpo,
cheirar seu ombro, dormir seus sonhos.
Eu que não temia e não temo quase nada,
me vejo tão desesperada,
encarnando seu pavor mais real.

E pra terminar,
te largo pra sempre, te liberto pra outras histórias,
pra todos os outros "era uma vez".
Quando ela mergulhar no seu sorriso,
vai entender a alegria de sua ancestralidade.
Vai conhecer os caminhos que o trouxe até ela.
E dessa vez não aguarde o tempo com o tempo passar.
Perceba a grandeza de um amor exagerado.
Conceda a sorte de um viver maravilhoso.
Eu vou estar de longe te vendo voar.
Torcendo com sua força escondida.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

MEU SONHO

Hoje sonhei com meu passado.
Enquanto tento realinhar minhas energias, velhas histórias me visitam.
Quando penso que não fazes parte do meu presente,
você volta sem alertas.
Logo você!
Justamente você!

Um homem que vai e vem sem planos.
O homem que me fez sorrir embriagada.
Que me contou histórias e mentiras.
O homem que me beijou a boca disfarçadamente.
O mesmo homem que me possuiu tão silenciosamente.

Sonhei com você.
Logo com você que não se faz presente.
Justamente aquele que se foi pra sempre.
Sonhei com você e nada mais tenho a fazer.

terça-feira, 17 de julho de 2012

EU QUERO

Eu quero criar um evento.
Um evento onde todos os sonhos são respeitados 
onde todos os sonhadores realizam seus desejos.

Eu quero criar um festival de vontades doidas
De amores loucos.
Eu quero pisar no chão da insanidade
no mesmo lugar onde todos os artistas criam.

Eu quero encontrar com os meus favoritos
com meus "quereres" coloridos.

Eu quero você.
Eu quero sua mão.
Eu quero seu amasso.
Eu quero seu beijo mais melado.

Eu quero.
Eu te desejo.
Eu amo você!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Saco cheio

A gente perde muito tempo tentando arrumar um jeito de amar e ser amado, de ganhar dinheiro pra gastar depois, de ter um cachorro pra largar mais tarde.
As pessoas insistem em procurar sofrimento pra ter do que reclamar.
Não perdem a mania de olhar a vida do vizinho com uma pontinha de inveja.
Contam pra todo mundo as vantagens que nunca aproveitaram, ou tiveram.
E mesmo assim, parecendo o que não sabem ser, continuam bajulando os mesmos patrões, comprando os mesmo produtos que todos os outros.
Falta inovação, iniciativa, mudança.
Um pouquinho de boa vontade e,
muita, mas muita coisa pra fazer!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Um Pouco de Mim por Mim Mesma

Estou pensando em cortar o cabelo.
Detestando a cor nova que ele tomou.
Querendo jogar fora o que agora não é parte de mim.
Usando a navalha como uma arma que arrebata o que não quero mais ver.

Estou pensando em cortar o cabelo e roubar a imagem alegre de outrora.
Estou tentando encontrar em mim o que é impensavelmente proibido.
Se EU fosse eu, eu me cortaria.
Me despedaçaria em pedacinhos tão minguantes que nunca mais alguém os juntariam.
E diante de tantos eus, vislumbro o egoismo mais latente que há em meu mísero ser.
Hoje eu me desgosto com um desgostar rasgante.
Me imagino como a prostituta da Montanha,
tão bela, tão suja, tão ela!

Eu não mereço ser genial.
Não almejo ser ímpar.
Quero estar entre os hiatos.
Separada.
Sozinha.
Silenciosa.

Eu não peço favores.
Não acho justo delegar aos outros o que cabe a mim conquistar.
Não tolero o sentimento de culpa, nem mesmo a superioridade exposta de alguns.

Eu comigo mesma me entendo perfeitamente.
Me questiono constantemente
Me respeito diariamente.
Eu comigo mesma me tropeço vez ou outra.
Me atropelo na virada de algumas páginas.
Nem sempre penso.
Impulsivamente ajo.
Não tenho medo do perdão, nem da falta dele.

Me basto.
Me aturo.
Me detesto.
E acima de tudo, convivo comigo.
Estando feia, suja ou damamente arrumada.
Com cabelos de fios longos, breves, ou brancos.
Com a cara que me deram, com o humor que me cabe agora.

Estou pensando em cortar o cabelo, mas não sei como cortar.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Loucura em Cor Pastel

Era tarde da noite. Ela já tinha bebido demais, estava em um estado de não aguentar mais o cheiro daquelas bebidas verde, azul, laranja...
Andava sem se sustentar no salto, puxava a saia pra baixo, passo a passo. E sem conseguir manter o comprimento, puxava a saia pra cima, esquina por esquina. Andou por várias quadras, treinando o que dizer quando a hora chegasse. Andou tanto que estava de volta ao bar, bebendo mais um líquido de cor pastel. Sabe-se lá o nome daquilo. Nem seu nome lembrava. Só o dela que ia e vinha, seguindo o rítmo de seu discernimento.

Depois de duas doses, andou. Andou mais firmemente. Parou em frente ao portão medieval do cemitério e como se estivesse se jogando de um precipício, ligou.
Do outro lado da linha ela atende com voz de sonho. Desse lado da linha a outra responde com pesadelo.

"Me desculpe. Eu te acordei. Amanhã, se eu lembrar disso, vou me arrepender por todas as doses que tomei. Mas como hoje ainda é hoje: Eu estou completamente apaixonada por você!
Não responda nada, na verdade nem queria que você se mexesse agora. Só queria ouvir sua respiração ao pé do ouvido. Me desculpe por te acordar, mas não me mate por sentir o inaceitável."

"Quem tá falando? Você bebeu?"

"Bebi. Bebi tanto que nem sei quem tá falando. Deve ser a loucura em cor pastel que me pegou de surpresa e agora confessa absurdos pra você. Obrigada por me ouvir. Boa noite."

No dia seguinte, ela acordou com a boca seca e a descrença em sua memória. Não era possível que ela tivesse cometido enfim a heresia da confissão. Olha a hora no celular e...uma mensagem.

"Você estava bebada? Pensei ter escutado aquilo tão sobriamente... Obrigada por me acordar."

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Saudades dessa Mulher

O vício de ouvir sua voz agora me pega pelas pernas.
Queria eu poder ter os momentos todos que te afoga em vinho.
Poderia eu te amar ainda mais que ousa minha coragem?

Saudades de tudo o que abraça seu nome.
Saudades de te ver sorrindo ao longe e te ver passar de perto.

Sua presença enche minhas veias de vida.
Seu cheiro ardente me faz cometer suicídios todos os dias.
Morro e vivo pra te ouvir.
E cada vez que me ignora, a solidão me sequestra.

Como ser sem você?
Em qual canto vou me encantar com seu tom aos ouvidos?

Saudades dessa mulher que me fascina.
Saudades dessa mulher....
Apenas aquela mulher que me faz perder o juízo.

Busco seu corpo em minha cama.
Devoro cada pedaço latente, ardente, escondido.
e logo você que só tem olhos pra outros.
tantos outros...
todos os outros....

Maldita entre as mulheres
Escolhi sentir falta de quem a falta não sente.
Daquela que tem a quem se virar,
da que a decência não faz parte.

Escolhi sentir saudades de você.
Saudades dessa mulher!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Quer Emagracer?

Salão de beleza é uma onda.
Todo mundo fica sabendo da vida de todo mundo.
E quantas vezes eu ouvi falsamente: "Nossa como você ficou bonita!"
Mas nesse fim de ano eu ouvi uma que não me aguentei.

A manicure conta pra cliente que passou muito mal no Natal.
Comeu uma carne ruim lá que fez ela se arrepender até à cutícula.
Ela só sabe que no dia seguinte, ela não saía do banheiro.

"Menina, me deu uma caganeira... Pensei que eu ia morrer! Não tinha mais nada pra sair, e continuava saindo coisa daqui de dentro!"

E continuou com mais alguns detalhes. E eu ouvindo tudo o que o secador deixava.

"Sabe quando dá aquela dor que contorce a barriga da gente? Então, era dessas que me deu."

E eu achando que já tinha ouvido o pior, vira a cliente e solta:

"Ah, mas é bom. Emagrece. Eu é que queria uma caganeira agorinha. Passava a virada 5 quilos mais magra!"

Então, Feliz Caganeira para todos nós!!