segunda-feira, 20 de setembro de 2010

À merda

Eu tô num nível de exaustão aterrador.
E por isso, eu não quero nem saber se eu tô usando a palavra certa ou errada. Cansei de procurar a palavra que diz mais do que ela mesma deveria. Simplicidade. Que se dane a simplicidade!! Se todos são tão complexos e irritantes. E se "irritantes" não é uma palavra adequada aqui, FODA-SE!!!
Aliás, por falar em "foder", por que os poetas usam "néctar do gozo" e não falam "porra" de uma vez por todas. Se uma professora minha (ótima por sinal) de literatura me disse uma vez que quanto menos se escreve, mais se fala, então parem de florear o que todo mundo já conhece.
Se bem, que por outro lado, será que todo mundo sabe o que é "porra"? e o que é "gozar"? Também, que diferença isso faz? Se amanhã eu vou ter que acordar do mesmo jeito, no mesmo lugar, os outros gozando ou não?


Outra coisa que me irrita profundamente (entendam esse profundamente, simplesmente, como o "profundamente". Porque eu sinto um incômodo dentro (bem dentro) do estômago). Enfim, sabe aqueles casos quando você fala de um projeto para alguém, e esse alguém diz: "Ah, legal. Mas pense bem, veja aí se é isso mesmo o que você quer..."
Como assim????
Primeiro, se eu gastei meu tempo contando pra você, é porque eu já pensei bem.
Segundo, "veja aí", de onde vem esse desdém todo? Eu odeio o "veja aí", "pense aí". Será difícil entender que se se trata de um projeto, eu já ponderei várias vezes e, provavelmente, é só nisso que eu venho pensando ultimamente...? Será difícil respeitar o que está aqui dentro?


Deixa eu falar uma coisa claramente aqui: eu tenho meus gostos e desgostos, meus receios e meus impulsos, eu quero muitas coisas, mas quero que outras desapareçam da minha frente. Até quando eu tenho que falar:"É, pensando por esse lado...talvez você tenha razão.." Razão o escambal (nem sei se é assim que escreve 'escambal', mas também quem importa..). No fundo ninguém tem razão em coisa alguma. Nem essas palavras todas que eu tô dizendo devem ter razão, mas eu quero falar. E daí???
Ah, claro. Eu não tenho razão porque eu ainda não sou ningém? Certo, eu tenho 28 anos e ainda nem aprendi balet, nem francês e muito menos violão? E quem é você pra ignorar por completo os meus 28 anos? Okay, você é mestre? Mestre em que? E o que é ser mestre? É essa ideia ocidental que nós dividimos desse lado do mundo? Um título que se adquire numa instituição? Mas ser mestre não é adquirido ao longo de uma vida inteira? NÃO??? Ah tá!!! E você mudou em que minha vida com sua maestria? E você mudou o que, na vida de quem (além da sua) com seu título?


Aff, também já tô tão de saco cheio que amanhã, provavelmente, deletarei essa porcaria.
Mas hoje, eu tô cansada de entender, de ser a neutra, a sensata e ponderada.
Vá à merda esses conceitos certeiros, prontos e imóveis.
Basta!!!
Me deixem em paz.
Nem que pra isso eu tenha que me calar de vez nos próximos 10 dias!!

sábado, 18 de setembro de 2010

...

Como é que pode acontecer assim?
Sem mais explicações,
sem nenhum aviso, sem marcas?


Você se aproximou com esse jeito de dominação.
Se zanga toda vez que questiono seu modo, seu jeito tão sem jeito,


É incrível como hoje não mais vivo.
Minha existência flui como um rastro dos seus passos.
Me movo na direção do seu olhar.
Sigo sua voz, buscando me proteger do fato de nunca te ter.


Me escondo nos prazeres de outros
que não mais me dão o gosto, o gozo, nem ao menos amor.


Agora sobrevivo.
À sombra do que você ensina,
às margens das suas leis.


E se pudesse escolher,
nem sei se pediria você por perto.
Tenho medo do seu desejo.


E ainda assim espero e conto o tempo,
Olhando para o dia que nos amaremos até descansar.


(Em si lêncio: "te amo mais que a mim")