sábado, 8 de janeiro de 2011

O que é e pra que serve o Esperanto?

Pedi a um amigo Esperantista que respondesse essas perguntas. Ele foi além, e deu uma aulinha sobre o assunto. Vamos aprender, então!
Afinal por que estudo o Esperanto?
Me vi pensando afinal porque eu mesmo dediquei tanto tempo de minha vida ao estudo desta ideia,  por que sinto o meu coração tão ligado a esta comunidade e por que afinal ainda insisto em continuar com esta dedicação apesar da maioria dizer que é uma causa perdida?
Frases como "Você poderia estar aproveitando o seu grande potencial em algo mais útil (deve-se ler rentável)", são comuns em minha vida.
Afinal porque estudo o Esperanto se ele ainda não foi aceito mundialmente e o Inglês dia a dia continua a pressionar a comunidade internacional. Será uma doença,  talvez um tipo de doença mental contagiosa.
Para responder a todas estas questões reservei um pouquinho do meu tempo e comecei a escrever este texto.

Direito de Escolha
Perguntar a alguém por que não torce pelo time que está ganhando ou por que não somos todos capitalistas ou mais ainda porque insistimos em ser pessoas de bem, se está mais do que provado que os espertos sempre se dão melhor na vida, seria uma perda de tempo, seria imediatamente ridicularizado pois todos estariam com a resposta na ponta da língua.  Mas perguntar com sarcasmo por que estudamos uma língua que achamos ser mais justa para todos os povos, algo mais humano não privilegiando alguns grupos, é  extremamente comum. Afinal de onde vem tamanha estranheza em se acreditar que possa existir uma alternativa mais JUSTA ao Inglês, que pertence a um grupo? Teremos então todos sempre que torcer para o time que esta ganhado? Teremos todos que fazer o mesmo curso universitário, claro sempre aquele mais rentável? Onde fica a diversidade humana? Melhor, onde fica o nosso direito de escolhermos o que achamos melhor para nós e para o mundo? Teremos então todos que vestir a mesma cor?
Três tipos de seres Humanos

No mundo sempre houve três tipos de seres humanos, os gênios desbravadores e pioneiros, que são extremamente raros, alguns poucos que seguem imediatamente estes pioneiros sem a necessidade de aprovação da maioria e a grande massa comum que somente adota uma posição confortavelmente após todos ou quase todos adotarem a mesma idéia. Foi assim com o Cristianismo, os primeiros cristãos foram até queimados. Devemos nos perguntar se pertencemos ao último grupo? Se a resposta for afirmativa então somente nos dedicaremos ao Esperanto após a grande massa o adotá-lo. 
Adotar uma idéia porque ela é mais justa, prática e humana apesar da discordância da maioria é considerado insanidade no mundo moderno
.

Como o Esperanto melhora a minha vida
Há 30 anos estudo e me dedico a divulgação do Esperanto. Conheci pessoas que nunca poderia ter conhecido senão pelo uso desta língua. Convivo diariamente com pessoas boas, esclarecidas, honestas, dedicadas, idealistas. Isto é ruim? Seria melhor então conviver com o mundo do crime, das drogas e da corrupção? Sinto me um privilegiado em ter conhecido tais pessoas e participar deste grupo raro de seres humanos. Só isto já bastaria para melhorar a vida de qualquer um e justificar minha dedicação. Poderemos incluir ai livros que li e que jamais leria na minha língua materna, congressos  e viagens etc.. Também não teria a possibilidade de ensinar Esperanto a crianças carentes e desta forma não me tornaria uma pessoa melhor, seria mais um parasita da sociedade. Então? O Esperanto não contribuiu em nada para que eu me tornasse uma pessoa melhor?
Mas alguns esperantistas estão ansiosos
Sim. Verifico que alguns realmente se sentem deprimidos e ansiosos com a vitória final demorando a chegar, com a indiferença das pessoas e com a falta de resultados bombásticos imediatos. Somos todos imediatistas hoje em dia, não chegamos nem a ler um e-mail muito longo pois estamos sempre correndo. 
Necessidade de uma Língua Internacional
Lembro quando comecei a estudá-lo a 30 anos que somente por carta ou telefonemas muito caros poderíamos nos comunicar com estrangeiros. Vocês realmente acham que ha 30 anos quando o ainda não existia internet, globalização, etc.., o Esperanto seria útil? Zamenhof pensou no problema muito antes de realmente ele aparecer, somente hoje começamos a sentir a necessidade de um idioma internacional pois as distancias sumiram com a internet. Este tempo foi realmente necessário para o amadurecimento da língua.
 Um grande desafio
Não sei se consegui responder a sua questão sobre o Inglês e o Esperanto caro amigo, no entanto posso garantir que sem ele minha vida seria outra, sem sal, sem grandes desafios, e nada melhor do que um grande desafio para mostrarmos a que viemos para este mundo. Portanto se lhe perguntarem novamente por que estudas esta língua "morta", "que não pegou" ou "que ninguém conhece" diga simplesmente: Porque ela me torna uma pessoa melhor.
 
Guilherme Jardim
Analista de Sistemas/Pai da Isabelle e Eperantista
Charqueada - 01/2011
guilherme@winart.com.br

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Preconceito Linguístico

Me desculpem os que já me ouviram falar sobre esse assunto inúmeras vezes. Já falei sobre isso, inclusive, na Mostra Acadêmica da Unimep. Eu sei disso. Sei que deve cansar, sei que deve levar à exaustão. Mas que remédio? Se tenho que falar, já que nada muda nunca.
Primeiramente, estou cansada de ouvir as pessoas que não moram em Piracicaba dar um risinho toda vez que falo "porta, carta, normal". Que saco! Meu R é retroflexo mesmo, e daí? E fico me perguntando: "Quantos dos risonhos aí, sabem o que siginifica - retroflexo?" Bem poucos, acredito!
Depois, odeio, mas odeio de verdade quando um sulista tenta imitar os baianos, pernambucanos, nordestinos enfim. Que por sinal, para vários sulistas, todo nordestino é baiano. Quanta falta de geografia!! Deus que me perdoe! Sem citar a imitação barata dos gaúchos, como se eles só falassem "Mas bah." Aff.
Seguindo em frente. Devo mesmo ter me transformado numa ativista do combate ao preconceito linguístico. É que me enerva profundamente, além de tudo isso já dito, quando uma pessoa sai de sua cidade natal, vai para outra, que faz uso de outro dialeto e acaba por "pegar" (se é que se pega isso), o sotaque alheio. Quando isso ocorre, vejam só o que acontece... Os "donos" do sotaque dizem que esse intruso está forçando a barra. Que mané barra, seu mané? O contato direto com outra variante, faz com que esse outro falante tente ser aceito pelo grupo. E muitas vezes isso é um processo inconsciente. Está tudo nas teorias Linguísticas. E eu falo "oxi" mesmo. Falo quantas vezes quiser.
Enfim, eu gostaria de pedir encarecidamente para esses que não se dão ao trabalho de analisar coisa nenhuma, que antes de imitar, criticar e ridicularizar a língua, linguagem e trejeitos do outro, que olhem para seu umbigo antes. Você por acaso conhece sua própria língua? Sim, porque se você não conhece aquilo que mais usa durante o dia, então meu caro cidadão, eu só tenho uma coisinha pra te dizer: "Cala a boca e vai ler um pouco, vai!"

Kafka ou Jane Austen

Um dia eu estava tentando dar nome ao que eu estava sentindo.
Eu pensei muito.
Ponderei demais.
Até usei o dicionário.
Verifiquei todos os adjetivos possíveis.
Não encontrei nada.
Nada!
Daí eu larguei mão.
Ah, pelo amor de Deus,
que pessoa em sã consciência fica procurando
no dicionário palavra para nomear sentimentos.
Ah, tenha dó!


Então, resolvi tomar banho.
Quem sabe eu tivesse mais sorte, começando "fresh".
Depois disso, resolvi fazer café.
Sei lá, cafeína também é estimulante, não é?
Não tenho bem certeza se o que eu estou falando faz sentido.
Mas quem importa....?
O fato é que fiz o café.
Bebi uma xícara enorme de café.
Esperei um pouco,
talvez demorasse um tempinho até a inspiração chegar...
...
Nada!
À essas alturas eu já nem sabia mais qual era o sentimento do início dessa conversa.
Se bem que, no início eu já não sabia o nome dele.
Quanta tolice junta...
Bom, voltando.
Esperei e nada.
Tomei outra xícara de café.
Só que dessa vez resolvi me acomodar na cama.
Confortavelmente.
O mais confortável possível.
Faltava um livro.
Encostei a xícara na mesinha e peguei o livro.
Li duas páginas.
Foram necessárias apenas duas simples páginas,
e encontrei o nome para o que eu estava sentindo.
Como o livro era em inglês, aqui está a frase original:


"It felt more like something out of Kafka than out of Austen."
(Elizabeth Gilbert - Committed)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Nem Sempre Foi Assim

Nem sempre fui assim.
A paciência e a tolerância eram parte de mim.
E hoje tudo o que busco é ser compreensiva com as pessoas.


O problema é que o que preciso é voltar a ser como antes.
Só que não consigo mais.


Nem sempre foi tão difícil acertar.
Eu podia dançar despreocupadamente.
Os sonhos viam e ficavam.
Hoje, insisto para me iludir mais.


Um caso perdido.
Uma pessoa, que por acaso está aqui agora.
Que por acaso se cansa depois.
Alguém que não vê o fim, nem o futuro.


Eu sou vazio.
E daqui pra frente, nem Deus se arrisca dizer.


Que seja como tiver de ser.
Já que surpreso não fico,
que esteja dormindo.
Passa sem que eu perceba.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

TRAIÇÃO

Essa é a palavra de ordem, ultimamente.
Não que ela tenha que acontecer.
Ela só tem que existir.


E ela existe.
Percebi que existe fortemente na vida das pessoas.
Apesar do pavor que essa palavra carrega,
ela é integrante ativa nos lares, nas famílias e com os mortais.


Estranho?
Nem tanto assim,
afinal, a conhecemos há muito tempo...


Então, que ela se estabeleça.
Quem sabe no papel ela fica um pouquinho mais bonita?


Só rindo mesmo!!!!!