sábado, 30 de julho de 2011

Vermelho Desumano

Eu não sei como explicar, mas às vezes as palavras ficam engasgadas aqui na garganta e não sei como dizer o óbvio.
Essa coisa lógica de que não me sinto satisfeita.
Fui feita uma criatura mal feita, "malacabada".
O que acontece é que em todas as nuances da minha vida, poucas são as cores que me alegraram.
Até hoje tormentos de lá adiante me perseguem os passos.
Ainda agora me olhei no espelho e vi um negócio tão não definido. Uma feição de alguém que não reconheço. E toda a aura que me envolve é uma longa e embaçada ilusão.
A saudades, o amor, a alegria e a contemplação, muito aos poucos me visitam.
Pé por pé vou dizendo coisas que não conheço, que não entendo
Dizer por dizer vou desenhando passos que não me trazem de volta.
Vou seguindo o caminho das minhas escolhas, que são todas minhas, que são todas tortas.
E todo esse vai e vem me nauseia, me aperta o estômago e embriaga a mente.
No final quem sofre é meu coração, que sem entender para onde olhar, encara sua realidade desnuda.

Amar, eu amo, mas sem saber a quem, nem quando, nem frequência.
O mais nobre dos sentimentos me censurou o direito de expor, de ir às últimas consequências e enxergar o que vinha depois.
E o que vinha depois era de  um tom vermelho desumano.
Tudo o que diz respeito ao amor, à mim, se apresenta com vermelho desumano.
Essa cor que, sem sabor, me arrepia a pele.
Estremece meus alicerces e desnorteia meus sentidos.
E, sentindo tudo isso, só uma imagem vem e vai,
aquela que desenha seu olhar, aquele olhar que me viu tão de frente,
que me apertou o juízo e esmagou minha sensatez. 
Seu olhar vermelho que queimou tudo o que fazia sentido e me levou a completa e intensa loucura.

domingo, 24 de julho de 2011

Quase Amor

Esse novo sentimento que me invade, vem sem nome.
Vem sem querer nada, mas logo de cara já me arrasta para dentro de mim.
E tudo que vejo lembra seus olhos, seu sorriso que me encara de frente.
Todo seu pudor me faz querer desbravar seus caminhos.
Cada movimento seu traz uma esperança de que pode ser.
De que podemos ser, por que não?!

Seu toque me faz lembrar de tudo o que ainda não experimentei.
Nunca te testei.
E sei que já conheço seu gosto.

Esse sentimento que vem de você é o que me anima.
Seu corpo me faz querer ver o que há além de seu contorno.
Esse sentimento que é quase amor, que é quase paixão,
nasce do que ninguém diria.
Vem de repente.
Sem mais nem menos.
Sem nem avisar.
Mas venha mesmo sem querer.
Deixe-me te experimentar.
A gente pode até gostar.