domingo, 13 de novembro de 2011

PEDRAS E PLUMAS

Demorou mas agora eu consigo ver com clareza.
Todas as nuvens que não me deixavam ver meu próprio ser,
agora vão embora como se não tivessem nada a fazer comigo.

Hoje eu me recomponho pedacinho por pedacinho.
Agradeço às energias do universo por me fazerem entender meu caminho.
Esse texto é um texto de transformação.
Ninguém deve se anular para que outros não tenham que ser corajosos.
Ninguém precisa ficar com alguém que acha ser muito complicado,
mas também ninguém precisa ficar com alguém que seja simples a ponto de demonstrar tesão por nada.

Eu estou do tamanho que minha visão pode alcançar.
Talvez as pessoas não devessem ficar juntas,
talvez outras pessoas nunca devessem ficar separadas,
de qualquer forma, eu preciso muito da minha companhia.

Agora, eu estou comigo,
estou me entendendo,
estou me respeitando.
Seja lá qual for meus passos.
São meus e não precisam da vistoria de ninguém.

Não anseio por magoar ninguém.
Não desejo o coração partido de nenhuma das partes,
Mas algo grandioso me espera.
E pressinto até que esse algo grandioso seja da dimensão da minha alma,
o que pode parecer pequena, mas é o que me basta.

Enfim, hoje eu acordei com vontade de viver até cansar.
A partir de hoje eu sigo os meus passos apenas.
Eu faço a minha vontade e dê no que der.
Eu estarei sempre comigo e pra me aguentar eu preciso me respeitar.

Até onde eu sei não há pecado em tentar ser feliz.
Até onde eu sei alguma direção eu tomaria.
Daqui pra frente eu estou pronta para todas as pedras e todas as plumas.

domingo, 6 de novembro de 2011

CONSELHO

O ato de dar conselhos nunca me encantou.
Eu nunca ouvi um pedido sincero de conselhos.
E eu nunca dei um conselho sincero,
porque eles sempre começam com: "Se eu fosse você..."

O erro está aí.
Eu não sou você.
Eu nunca serei você.
Nunca saberei de fato o que te acontece.
Então pra que dar conselhos???

Quem foi que disse que eu tenho que ficar com um pouco de cada coisa?
Por que eu não posso ficar com o máximo de tudo?
Por que eu tenho que ser feliz em conta gotas?
Por que o extraordinário não pode aparecer na minha vida?

Então, se você não sabe o que EU devo fazer,
não diga nada.
Não me venha com esse papo de que momentos bons fazem a grande felicidade.
Momentos bons, são momentos bons, ponto.
Eu estou em busca de algo gigantesco.
Se não for possível, ok.
Mas eu vou procurar até o fim!
Não vou me contentar com doses homeopáticas.
Eu estou sim indo atrás de uma coisa que não sei o nome,
mas sei que eu posso ser muito mais feliz.
E me reservo o direito de não aceitar nada menos que isso!

domingo, 23 de outubro de 2011

Mais uma Dose.

Até quando eu preciso mensurar as coisas erradas que faço?
Até quando terei que ter um emprego que me paga legal?
Até quando terei que dormir com alguém que não me enxerga?

Vou pedir mais uma dose de loucura.
Nem que seja a saideira.
Nem que eu sofra a ressaca de amanhã.
Mas hoje é outro dia.
Hoje é onde me encontro.

E pra aliviar quero beber seu beijo com vinho.
Vou pedir seu corpo pra viagem
pra te ter a toda hora que meu prazer desejar.

E se bem ou mal escrito,
Vou te desenhar com detalhes fotográficos.
Assim, seu retrato me olhará de perto à noite
E terei a sensação de que, mesmo fazendo de conta, você me amou como ninguém.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Andarilho

"Ando tão à flor da pele
que qualquer beijo de novela me faz chorar..."

Ando tão cansada de me sentir separada de mim mesma.
ando tão desacompanhada que me vejo tão de perto.
Perto que me espana.

Ando tão sem porquês que pra onde quer que eu olhe,
os ponto finais me encontram.
Estou terminando quase tudo que começo,
mas não consigo chegar em lugar nenhum.

Ando tão pra frente e pra trás que quanto mais avanço,
mais parada me vejo.
E será mesmo que eu devia sentir algo diferente?

Ando tão preocupada com minha falta de meditação,
que meus dias vão passando automaticamente.
Quase me perco nas datas, quase me esqueço que horas são.

Ando correndo demais.
Com a direção que sabe Deus quem sabe...
E se direita e esquerda se confundem, então parada é que eu vou ficar.

Vejo que agora nada vai mudar,
e que se quiser ser diferente, tenho que mudar até o outro.
Vejo que quase coisa alguma faz muito sentido
e que falando assim nem eu mesmo significo algo.

E olhando pra você distante,
me lembro do doce sabor que é estar perto.
Assim, se me restar alguma outra coisa se não escrever,
não descobri onde encontrar.

Fico aqui mais um pouco,
apaguem as luzes.
Do mais a mais, só os loucos sobreviem.

sábado, 30 de julho de 2011

Vermelho Desumano

Eu não sei como explicar, mas às vezes as palavras ficam engasgadas aqui na garganta e não sei como dizer o óbvio.
Essa coisa lógica de que não me sinto satisfeita.
Fui feita uma criatura mal feita, "malacabada".
O que acontece é que em todas as nuances da minha vida, poucas são as cores que me alegraram.
Até hoje tormentos de lá adiante me perseguem os passos.
Ainda agora me olhei no espelho e vi um negócio tão não definido. Uma feição de alguém que não reconheço. E toda a aura que me envolve é uma longa e embaçada ilusão.
A saudades, o amor, a alegria e a contemplação, muito aos poucos me visitam.
Pé por pé vou dizendo coisas que não conheço, que não entendo
Dizer por dizer vou desenhando passos que não me trazem de volta.
Vou seguindo o caminho das minhas escolhas, que são todas minhas, que são todas tortas.
E todo esse vai e vem me nauseia, me aperta o estômago e embriaga a mente.
No final quem sofre é meu coração, que sem entender para onde olhar, encara sua realidade desnuda.

Amar, eu amo, mas sem saber a quem, nem quando, nem frequência.
O mais nobre dos sentimentos me censurou o direito de expor, de ir às últimas consequências e enxergar o que vinha depois.
E o que vinha depois era de  um tom vermelho desumano.
Tudo o que diz respeito ao amor, à mim, se apresenta com vermelho desumano.
Essa cor que, sem sabor, me arrepia a pele.
Estremece meus alicerces e desnorteia meus sentidos.
E, sentindo tudo isso, só uma imagem vem e vai,
aquela que desenha seu olhar, aquele olhar que me viu tão de frente,
que me apertou o juízo e esmagou minha sensatez. 
Seu olhar vermelho que queimou tudo o que fazia sentido e me levou a completa e intensa loucura.

domingo, 24 de julho de 2011

Quase Amor

Esse novo sentimento que me invade, vem sem nome.
Vem sem querer nada, mas logo de cara já me arrasta para dentro de mim.
E tudo que vejo lembra seus olhos, seu sorriso que me encara de frente.
Todo seu pudor me faz querer desbravar seus caminhos.
Cada movimento seu traz uma esperança de que pode ser.
De que podemos ser, por que não?!

Seu toque me faz lembrar de tudo o que ainda não experimentei.
Nunca te testei.
E sei que já conheço seu gosto.

Esse sentimento que vem de você é o que me anima.
Seu corpo me faz querer ver o que há além de seu contorno.
Esse sentimento que é quase amor, que é quase paixão,
nasce do que ninguém diria.
Vem de repente.
Sem mais nem menos.
Sem nem avisar.
Mas venha mesmo sem querer.
Deixe-me te experimentar.
A gente pode até gostar.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Love (very short story)

I don't think about love.
I just write about it.

I don't feel it.
People say it's out there.

Is it?
What did you expect?
You see, I'm a writer!!!

terça-feira, 15 de março de 2011

Saudades

Sabe do que eu mais sinto saudade?
Daquele jeito tão fácil de lidar com as pessoas.
Daquele carinho artístico que eles me olhavam.
Era como se nós todos fôssemos iguais.
E não é que éramos mesmo?...

Um jeito tão alegre, tão sem pretensões.
Me fazia acreditar que eu podia escrever, que eu podia gritar.
Uma forma de ver o mundo que eu nunca encontrei em nenhum outro lugar.
Eles me permitiram ousar.
Mesmo que esse ousar se resumisse a beber até não se aguentar nas pernas.
Mesmo que esse ousar fosse algo como falar besteira até dormir.

Enfim, naquele lugar eu soube me enxergar verdadeiramente.
Soube enxergar os outros verdadeiramente.
Ainda que isso me causasse dor.
Ainda que eu sentisse frio no meio de um carnaval.
Lá naquelas terras onde o Salvador é nosso norte,
eu me vi, eu te vi e vi tudo aquilo que compõe um universo desfeito, refeito e quebrado.
Foi lá que consegui juntar minhas migalhas, me reconstruir,
e acima de tudo, amar sem nenhum pudor.
Amar à exaustão.
Foi lá, e só lá, que eu recriei minha alma.
E assim fazendo, me vi diante de tanta beleza na Contorno.

Salvador, soteropolitanos,
Com vocês eu, hoje, sou muito mais completa.
E eu sei que por mais que eu tente, jamais vou conseguir transmitir esse amor.
Nunca vou transcrever o que sinto toda vez que vejo aquele Bambuzal.

Enfim, hoje eu senti essa saudade.
Saudade que é quase gostosa.

sábado, 12 de março de 2011

Pacífico

O cara era daquele tipo sossegado, sabe como é?!
Não entrava numa discussão por nada nesse mundo. Achava que era sempre melhor dizer: "Acho que você deve ter razão, então." Isso evitava que a conversa prolongasse por muito tempo. Aliás, ele não gostava muito de conversas. Acreditava que era um desperdício de tempo. Tanto blá, blá, blá, pra no final cada um continuar com suas convicções.
Enfim, ele era meio paradão. A começar pelo seu nome Pacífico. A intenção da mãe foi muito boa, mas carregar esse símbolo pro resto de sua vida não foi fácil.Quando ele era criança, quanta pegação no pé. Ele se estressava às vezes, mas nunca revidava. Preferia dar um sorrisinho amarelo e seguir seu rumo. Com o tempo ele passou a usar um adereço, uma rosa branca no bolso. Sabe-se lá, na ideia dele combinava com o conjunto que o formava.
Pacífico teve alguns amores. Dois, na verdade. A primeira tinha 6 anos, quando eles estavam no Jardim de Infância. É claro que um garoto de 6 anos não saberia explicar logicamente aquele sentimento, mas ele era amarradão naquela loirinha. Ela era muito graciosa. Seu único problema era que ela sabia disso. Sabia muito bem. E usava isso a seu favor. Esse romance durou até eles mudarem de escola. Depois disso, Pacífico resolveu nunca mais amar ninguém.
Até seus 18 anos, quando ele conheceu Clarinha. Ela tinha 19. Além de mais velha, ela era tudo o que um rapaz queria. Era popular, linda e super esperta. Seu único problema era não gostar nenhum pouco do nosso amigo Pacífico. Ela achava tudo muito "deprimente", como ela mesma dizia. Seu nome, sua aparência, seu visual e mais ainda, seus sentimentos por ela. Sem falar naquela rosa branca totalmente fora de contexto.
Foram várias tentativas de aproximação. Sim, porque Pacífico não se contentava em ouvir um simples "não". Ele queria saber o por quê. E essa mania de querer saber a razão de tudo já o tinha colocado em várias confusões. Só que dessa vez ele insistiu.
Um dia, no final da aula, ele prendeu Clarinha no banheiro. Ela gritou até não poder mais, mas ninguém a ouviu. Era tanto barulho de todos aqueles jovens saindo da escola, que até o sinal era difícil escutar.
Pacífico estava decidido a entender aquela doce garota. E caso ele não a entendesse, estava decidido a se vingar por todas as humilhações, por todos os foras, por todas as vezes que ela o ignorou.
Seu plano era infalível e rápido. Ele perguntou apenas uma vez: "Por que você não gosta de mim do mesmo jeito que eu gosto de você? E eu gosto tanto de você!"
Ela, mais uma vez respondeu com o óbvio: "Por que você é deprimente."
Então, ele desistiu de entender. Aquela garota que ele tanto amava, infelizmente não tinha alma. Essa era a única explicação cabível. Por isso, o próximo passo era a vingança.
Tirou sua mochila das costas e se preparou. Enquanto ela se distraiu no espelho, ajeitando seu cabelo tão perfeito. Retocou o batom tão perfeito, lavou as mãos tão perfeitas. E quando estava pronta pra sair daquele banheiro, se voltou para Pacífico, dizendo: "Tá, agora já chega. Estou saindo daqui!"
Pacífico, pacificamente, enrolou a corda de pula-corda em seu pescoço e fez tanta força, aliás, nunca tinha se esforçado tanto em todos seus 18 anos. Ele viu sua amada Clarinha ficando vermelha. Aquela pele tão rosadinha, agora parecia um carvão em brasa. Depois de mais alguns segundos o vermelho virou roxo. Um roxo gritante, ou era ela que tentava falar alguma coisa. Mas Pacífico não estava mais interessado. Agora nada mais que ela quisesse, pensasse ou dissesse importaria ao nosso pacto rapaz.
Como ele não dispunha de tanto tempo e nada de diferente acontecia a não ser aquele roxo agonizante, ele apertou com o restante de sua força. Até que ele sentiu todo o peso de sua amada em seus braços. Gentilmente, ele a abraçou e beijou sua boca há tanto tempo desejada.
No chão do banheiro ficaram Clara, completamente roxa, a corda e a rosa branca.

Hoje ninguém sabe onde anda Pacífico. Dizem que ele enlouqueceu, que ele foi preso, que ele se matou. Enfim, todas essas conversas fiadas que se ouvem por aí. Mas a bem da verdade é que vez ou outra encontram-se rosas brancas aqui e ali.

sábado, 5 de março de 2011

Obviamente

Ela começou de manso. Apareceu na minha frente como quem nada queria. Se fez de malvada e assim conseguiu minha atenção. Me cercou por todos os lados, preenchendo minhas brechas, animando minha fenda. Desse lado da história estão todas as horas que penso em ti. Que fico de quatro por ti. Que procuro a pronúncia perfeita, a palavra certeira, o olhar apontado a mim. Correndo pra te alcançar sem chegar nem a seus fragmentos. Literariamente, nem pretendo ler suas linhas. Nem espero seu consentimento. Te amo sem permissão.
Já sei que não há romantismo. Já entendi que não sabe ser gentil. Que tudo o que pensa de mim é obviamente dilacerante. Aprendi a viver com sua metade, com apenas uma parte, com quase migalhas. Mas te peço que não roube de mim o balançar de seus cabelos e o balbuciar de suas palavras.
Quando nada mais me resta ou me restar, ao menos terei sua simpatia rasgante. Essa simpatia que é quase boa.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Linguística Aplicada

De Saussure à Chomsky, passando por Vygotsky e agora por todos os meus belos e inteligentérrimos professores, sigo minha busca por respostas que não existem com exatidão e estaticidade (se é que esse termo existe), ao que tange à linguística e à descrição de L1 e L2 (por ora).
Desde 2006 persigo o desenrolar da ciência que me tomou por inteira e por partes. Perseguição que acabará (ou não, seguindo à falta de padronização) por me render uma falta imensa de noites bem dormidas, mas que com certeza, me acarretará um profundo conhecimento de uma área que me dá cada vez mais impulso e motivação (já que essa última também é uma área a se estudar da linguística aplicada em conexão com o processo de ensino-aprendizado (que só pode ser escrito e entendido assim, dicotomicamente) que se inicia em 2011).
Por fim (apesar de estarmos apenas no início de tudo), apresento minha enorme alegria e satisfação por poder fazer parte desse grupo seleto de estudiosos e curiosos da língua, linguagem e derivações.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Novo Ano

E assim começa mais um ano.
Com novas esperanças.
Com o blá, blá, blá de sempre.
Com aquela mesmice que empurra o mundo.

Quanta chatice.
E o ano acaba por começar quando já se passaram dois meses.
Como é que pode acontecer assim?
Sem mais nem porque?

Eu que não quero renovar nada.
Se é pra ser tudo novo, que seja mesmo tudo novo.
Que eu possa sentir o cheiro fresco de tudo que ainda não conheço.
Porque o contrário, não quero, não.
Nada que é corriqueiro vai me animar.

Que 2011 seja mais que ano novo.
Que seja tempo de aprendizado e de muito conhecimento.

Que sejamos únicos todos nós.
Assim seja!

sábado, 8 de janeiro de 2011

O que é e pra que serve o Esperanto?

Pedi a um amigo Esperantista que respondesse essas perguntas. Ele foi além, e deu uma aulinha sobre o assunto. Vamos aprender, então!
Afinal por que estudo o Esperanto?
Me vi pensando afinal porque eu mesmo dediquei tanto tempo de minha vida ao estudo desta ideia,  por que sinto o meu coração tão ligado a esta comunidade e por que afinal ainda insisto em continuar com esta dedicação apesar da maioria dizer que é uma causa perdida?
Frases como "Você poderia estar aproveitando o seu grande potencial em algo mais útil (deve-se ler rentável)", são comuns em minha vida.
Afinal porque estudo o Esperanto se ele ainda não foi aceito mundialmente e o Inglês dia a dia continua a pressionar a comunidade internacional. Será uma doença,  talvez um tipo de doença mental contagiosa.
Para responder a todas estas questões reservei um pouquinho do meu tempo e comecei a escrever este texto.

Direito de Escolha
Perguntar a alguém por que não torce pelo time que está ganhando ou por que não somos todos capitalistas ou mais ainda porque insistimos em ser pessoas de bem, se está mais do que provado que os espertos sempre se dão melhor na vida, seria uma perda de tempo, seria imediatamente ridicularizado pois todos estariam com a resposta na ponta da língua.  Mas perguntar com sarcasmo por que estudamos uma língua que achamos ser mais justa para todos os povos, algo mais humano não privilegiando alguns grupos, é  extremamente comum. Afinal de onde vem tamanha estranheza em se acreditar que possa existir uma alternativa mais JUSTA ao Inglês, que pertence a um grupo? Teremos então todos sempre que torcer para o time que esta ganhado? Teremos todos que fazer o mesmo curso universitário, claro sempre aquele mais rentável? Onde fica a diversidade humana? Melhor, onde fica o nosso direito de escolhermos o que achamos melhor para nós e para o mundo? Teremos então todos que vestir a mesma cor?
Três tipos de seres Humanos

No mundo sempre houve três tipos de seres humanos, os gênios desbravadores e pioneiros, que são extremamente raros, alguns poucos que seguem imediatamente estes pioneiros sem a necessidade de aprovação da maioria e a grande massa comum que somente adota uma posição confortavelmente após todos ou quase todos adotarem a mesma idéia. Foi assim com o Cristianismo, os primeiros cristãos foram até queimados. Devemos nos perguntar se pertencemos ao último grupo? Se a resposta for afirmativa então somente nos dedicaremos ao Esperanto após a grande massa o adotá-lo. 
Adotar uma idéia porque ela é mais justa, prática e humana apesar da discordância da maioria é considerado insanidade no mundo moderno
.

Como o Esperanto melhora a minha vida
Há 30 anos estudo e me dedico a divulgação do Esperanto. Conheci pessoas que nunca poderia ter conhecido senão pelo uso desta língua. Convivo diariamente com pessoas boas, esclarecidas, honestas, dedicadas, idealistas. Isto é ruim? Seria melhor então conviver com o mundo do crime, das drogas e da corrupção? Sinto me um privilegiado em ter conhecido tais pessoas e participar deste grupo raro de seres humanos. Só isto já bastaria para melhorar a vida de qualquer um e justificar minha dedicação. Poderemos incluir ai livros que li e que jamais leria na minha língua materna, congressos  e viagens etc.. Também não teria a possibilidade de ensinar Esperanto a crianças carentes e desta forma não me tornaria uma pessoa melhor, seria mais um parasita da sociedade. Então? O Esperanto não contribuiu em nada para que eu me tornasse uma pessoa melhor?
Mas alguns esperantistas estão ansiosos
Sim. Verifico que alguns realmente se sentem deprimidos e ansiosos com a vitória final demorando a chegar, com a indiferença das pessoas e com a falta de resultados bombásticos imediatos. Somos todos imediatistas hoje em dia, não chegamos nem a ler um e-mail muito longo pois estamos sempre correndo. 
Necessidade de uma Língua Internacional
Lembro quando comecei a estudá-lo a 30 anos que somente por carta ou telefonemas muito caros poderíamos nos comunicar com estrangeiros. Vocês realmente acham que ha 30 anos quando o ainda não existia internet, globalização, etc.., o Esperanto seria útil? Zamenhof pensou no problema muito antes de realmente ele aparecer, somente hoje começamos a sentir a necessidade de um idioma internacional pois as distancias sumiram com a internet. Este tempo foi realmente necessário para o amadurecimento da língua.
 Um grande desafio
Não sei se consegui responder a sua questão sobre o Inglês e o Esperanto caro amigo, no entanto posso garantir que sem ele minha vida seria outra, sem sal, sem grandes desafios, e nada melhor do que um grande desafio para mostrarmos a que viemos para este mundo. Portanto se lhe perguntarem novamente por que estudas esta língua "morta", "que não pegou" ou "que ninguém conhece" diga simplesmente: Porque ela me torna uma pessoa melhor.
 
Guilherme Jardim
Analista de Sistemas/Pai da Isabelle e Eperantista
Charqueada - 01/2011
guilherme@winart.com.br

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Preconceito Linguístico

Me desculpem os que já me ouviram falar sobre esse assunto inúmeras vezes. Já falei sobre isso, inclusive, na Mostra Acadêmica da Unimep. Eu sei disso. Sei que deve cansar, sei que deve levar à exaustão. Mas que remédio? Se tenho que falar, já que nada muda nunca.
Primeiramente, estou cansada de ouvir as pessoas que não moram em Piracicaba dar um risinho toda vez que falo "porta, carta, normal". Que saco! Meu R é retroflexo mesmo, e daí? E fico me perguntando: "Quantos dos risonhos aí, sabem o que siginifica - retroflexo?" Bem poucos, acredito!
Depois, odeio, mas odeio de verdade quando um sulista tenta imitar os baianos, pernambucanos, nordestinos enfim. Que por sinal, para vários sulistas, todo nordestino é baiano. Quanta falta de geografia!! Deus que me perdoe! Sem citar a imitação barata dos gaúchos, como se eles só falassem "Mas bah." Aff.
Seguindo em frente. Devo mesmo ter me transformado numa ativista do combate ao preconceito linguístico. É que me enerva profundamente, além de tudo isso já dito, quando uma pessoa sai de sua cidade natal, vai para outra, que faz uso de outro dialeto e acaba por "pegar" (se é que se pega isso), o sotaque alheio. Quando isso ocorre, vejam só o que acontece... Os "donos" do sotaque dizem que esse intruso está forçando a barra. Que mané barra, seu mané? O contato direto com outra variante, faz com que esse outro falante tente ser aceito pelo grupo. E muitas vezes isso é um processo inconsciente. Está tudo nas teorias Linguísticas. E eu falo "oxi" mesmo. Falo quantas vezes quiser.
Enfim, eu gostaria de pedir encarecidamente para esses que não se dão ao trabalho de analisar coisa nenhuma, que antes de imitar, criticar e ridicularizar a língua, linguagem e trejeitos do outro, que olhem para seu umbigo antes. Você por acaso conhece sua própria língua? Sim, porque se você não conhece aquilo que mais usa durante o dia, então meu caro cidadão, eu só tenho uma coisinha pra te dizer: "Cala a boca e vai ler um pouco, vai!"

Kafka ou Jane Austen

Um dia eu estava tentando dar nome ao que eu estava sentindo.
Eu pensei muito.
Ponderei demais.
Até usei o dicionário.
Verifiquei todos os adjetivos possíveis.
Não encontrei nada.
Nada!
Daí eu larguei mão.
Ah, pelo amor de Deus,
que pessoa em sã consciência fica procurando
no dicionário palavra para nomear sentimentos.
Ah, tenha dó!


Então, resolvi tomar banho.
Quem sabe eu tivesse mais sorte, começando "fresh".
Depois disso, resolvi fazer café.
Sei lá, cafeína também é estimulante, não é?
Não tenho bem certeza se o que eu estou falando faz sentido.
Mas quem importa....?
O fato é que fiz o café.
Bebi uma xícara enorme de café.
Esperei um pouco,
talvez demorasse um tempinho até a inspiração chegar...
...
Nada!
À essas alturas eu já nem sabia mais qual era o sentimento do início dessa conversa.
Se bem que, no início eu já não sabia o nome dele.
Quanta tolice junta...
Bom, voltando.
Esperei e nada.
Tomei outra xícara de café.
Só que dessa vez resolvi me acomodar na cama.
Confortavelmente.
O mais confortável possível.
Faltava um livro.
Encostei a xícara na mesinha e peguei o livro.
Li duas páginas.
Foram necessárias apenas duas simples páginas,
e encontrei o nome para o que eu estava sentindo.
Como o livro era em inglês, aqui está a frase original:


"It felt more like something out of Kafka than out of Austen."
(Elizabeth Gilbert - Committed)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Nem Sempre Foi Assim

Nem sempre fui assim.
A paciência e a tolerância eram parte de mim.
E hoje tudo o que busco é ser compreensiva com as pessoas.


O problema é que o que preciso é voltar a ser como antes.
Só que não consigo mais.


Nem sempre foi tão difícil acertar.
Eu podia dançar despreocupadamente.
Os sonhos viam e ficavam.
Hoje, insisto para me iludir mais.


Um caso perdido.
Uma pessoa, que por acaso está aqui agora.
Que por acaso se cansa depois.
Alguém que não vê o fim, nem o futuro.


Eu sou vazio.
E daqui pra frente, nem Deus se arrisca dizer.


Que seja como tiver de ser.
Já que surpreso não fico,
que esteja dormindo.
Passa sem que eu perceba.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

TRAIÇÃO

Essa é a palavra de ordem, ultimamente.
Não que ela tenha que acontecer.
Ela só tem que existir.


E ela existe.
Percebi que existe fortemente na vida das pessoas.
Apesar do pavor que essa palavra carrega,
ela é integrante ativa nos lares, nas famílias e com os mortais.


Estranho?
Nem tanto assim,
afinal, a conhecemos há muito tempo...


Então, que ela se estabeleça.
Quem sabe no papel ela fica um pouquinho mais bonita?


Só rindo mesmo!!!!!