domingo, 16 de setembro de 2012

O Sexo Frágil

Nessa pose eu só consigo encarar sua altivez.
Esse quadro que você pintou de reluzente amarelo ouro
não encontro nenhum espaço, nenhuma brecha.
Os homens, tão frágeis e medrosos fazendo de tudo para impor sua autoridade.

Pobres coitados!
Não percebem que a leveza da verdade transforma qualquer dor.
Não entendo seus enganos.
E provar a irresistível condição máscula.

Deixa de pensar que o último biscoito do pacote é mais gostoso.
O abrir da embalagem também é prazeroso.
O rechear da relação também é excitante.

Acorda pra vida!
Sai desse pedestal que você mesmo escalou.
Se desarma, desamarra essa marra.
Cai sem pára-quedas. Abre os braços. Tome suas chances!

Os arranhões da ousadia cicatrizam em uma hora.
O calor do momento passa num instante.
Mas negar a corda bamba não paga o gozo da conquista.

Me desculpe, só sei ser assim.
Só aprendi a te olhar de frente,
sem máscaras, sem esconde-esconde.

Me desculpe, tudo o que desejei foi inteiro e intenso e rasgante.
Não entendo o "mais ou menos", não caminho no medo.
Me desculpe, tudo o que eu queria era apertar seu corpo,
cheirar seu ombro, dormir seus sonhos.
Eu que não temia e não temo quase nada,
me vejo tão desesperada,
encarnando seu pavor mais real.

E pra terminar,
te largo pra sempre, te liberto pra outras histórias,
pra todos os outros "era uma vez".
Quando ela mergulhar no seu sorriso,
vai entender a alegria de sua ancestralidade.
Vai conhecer os caminhos que o trouxe até ela.
E dessa vez não aguarde o tempo com o tempo passar.
Perceba a grandeza de um amor exagerado.
Conceda a sorte de um viver maravilhoso.
Eu vou estar de longe te vendo voar.
Torcendo com sua força escondida.

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