quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Kafka ou Jane Austen

Um dia eu estava tentando dar nome ao que eu estava sentindo.
Eu pensei muito.
Ponderei demais.
Até usei o dicionário.
Verifiquei todos os adjetivos possíveis.
Não encontrei nada.
Nada!
Daí eu larguei mão.
Ah, pelo amor de Deus,
que pessoa em sã consciência fica procurando
no dicionário palavra para nomear sentimentos.
Ah, tenha dó!


Então, resolvi tomar banho.
Quem sabe eu tivesse mais sorte, começando "fresh".
Depois disso, resolvi fazer café.
Sei lá, cafeína também é estimulante, não é?
Não tenho bem certeza se o que eu estou falando faz sentido.
Mas quem importa....?
O fato é que fiz o café.
Bebi uma xícara enorme de café.
Esperei um pouco,
talvez demorasse um tempinho até a inspiração chegar...
...
Nada!
À essas alturas eu já nem sabia mais qual era o sentimento do início dessa conversa.
Se bem que, no início eu já não sabia o nome dele.
Quanta tolice junta...
Bom, voltando.
Esperei e nada.
Tomei outra xícara de café.
Só que dessa vez resolvi me acomodar na cama.
Confortavelmente.
O mais confortável possível.
Faltava um livro.
Encostei a xícara na mesinha e peguei o livro.
Li duas páginas.
Foram necessárias apenas duas simples páginas,
e encontrei o nome para o que eu estava sentindo.
Como o livro era em inglês, aqui está a frase original:


"It felt more like something out of Kafka than out of Austen."
(Elizabeth Gilbert - Committed)

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