terça-feira, 26 de novembro de 2013

Com ou Sem Ilusões?

Pare.
Nesse lugar, nesse momento.
Não vale se mover.
E se eu te dissesse que um novo e grande amor te espera na próxima esquina da sua vida?
E se te assegurasse que esse amor tornaria seus sonhos realidade?
Te prometesse que ele reviraria seus alicerces da forma tal qual você desejou?
Sou capaz de assinar embaixo que ele vai estremecer seus pavores do caminho.
Ele vai te amar de uma maneira suada, forte, destemida, quase desesperada.
Vai te mostrar com a impaciência da juventude o tamanho dos seus quereres, seus sabores latentes e seus corredores misteriosos. Pois é por esse caminho que ele lhe mostrará abertamente, dilaceradamente todo seu amar.
Através de seu olhar vai te encantar e fantasiar toda sua ilusão mais carente.
Ele vai, de alguma forma, te conquistar pedaço por pedaço, deixando sua arte falar mais alto, aproximando seu céu com seu mar.
E embebida nesse sonho concreto e bonito, eu lhe pergunto: Você aceitaria esse amor? Sairia desse seu momento e abandonaria a falta de coragem pela falta do pensar? Optaria pela possibilidade de sentir e se arrepiar, contrapondo toda aquela lógica diária, imposta e disposta e te enrolar?
Você cairia de cabeça, sem olhar, sem medir e sem chorar?
Decifraria, enfim, o quebra-cabeça do amor inexistente de Platão, de Dionísio e de ninguém?
Poetizaria um final feliz no mundo das ideias que não fecha as janelas do belo e do colorido?
Teria você a ousadia de arrebatar todas as profecias anti-herói, anti-romance, anti-príncipe encantado?
Quebraria o gelo e se queimaria no calor dessa paixão tão aflita?
Pois eu, minha cara, lhe reafirmo que esse tal rapaz se encontra ali, na próxima rua e pronto pra te tomar.
Mas volto a perguntar: O que você fará com sua segurança rotineira? Com sua aliança? Com seu par de chinelos velho? Vai se descalçar? Vai substituir o medo pelo prazer desse encontro?
Acredito que essa possa ser sua história genial e mais completa de carnaval. Não se espelhe em mim que sempre tive as escolhas certeiras e previsíveis. Eu escolho esconder a efervescência da minha alma e me realizar em histórias criadas, mal educadas e rebeldes.
Ah, essa vida cinza de todos os tons que se projeta em histórias alheias, distantes e coloridas.
Eu lhe afirmo que esse homem lhe comeria, beberia e viveria sua essência.
Rasgaria sua roupa, sua pele e sua alma. Você o encontraria ali, tão perto, tão inteiro, dentro de seu ser encantado.
E pergunto: Você acredita nessa fada que escreve contos para distrair as inquietações humanas?
Acredita no encantamento de um rapaz que te acordará com um beijo, que calçará seus pés com cristais em sapato? Acredita na vista primeira de um amor amanhecido nos olhares de dois em um que se completa por toda a floresta, pleo mar e pelas montanhas?
Porque pra ser bem sincera, eu não acredito.
Eu prefiro as rosas já saboreadas no portão.
Prefiro me fechar em minha escuridão particular que olhar o sol da ilusão.
Prefiro mesmo o calar que o temor de perder de novo pra traição.
Mas e você vai querer com ou sem ilusão?

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