domingo, 4 de julho de 2010

Como Tudo Começou (Desde o Início)

Eu já passei bastante da hora de muitas coisas.
No auge dos meus 30 anos,
já deixei passar várias coisas sem concluir,
sem nem ao menos começar.

Por exemplo, vocês acham que passei da segunda aula de Francês?
Não.
E o balé?
Cheguei ao fim da primeira apresentação e só!
E o teclado?
Com esse nem cheguei a me apresentar.
Amarelei!
E o Espanhol?
Deus me livre. Não posso nem ver na frente.

Isso sem falar em todas as coisas que nem sairam da minha cabeça.
A natação, a dança de salão, o carrinho de churros, a poupança para aquela viagem...
Enfim, hoje tudo isso parece muito distante de mim.
E o que será que sobrou?
Terá sobrado alguma coisa de tantas ideias e tão poucos resultados?

Se todas essas constatações fazem parte de mim,
então seria eu um ser inacabado?
Um eu tão sem finalizações?
Seria por conta disso, talvez, tanta insônia?
Tanta angustia? Tanto desespero?

Se eu sou o que faço, então eu não sou nada?
Devo então me acabar por entre os remendos e os destroços de tudo o que não cheguei a construir.
E será que um dia construirei algo grandioso?
Será que eu sou mesmo dona daquela estrela que em meus sonhos brilha, me ilude e alimenta?
Será que eu serei sempre um 'será'?
Um 'se' sem mais nem menos?
Um eterno ponto de interrogação
???
Eu não sei.
Mais uma vez, sem resposta.

E parece que hoje, digo algo que faz sentido, algo mais modificador.
Mas parece (de novo, parece) que não tenho plateia.
Não tenho ouvintes.
E se viver 'parecendo', vou acabar sendo aquela que não é o que é,
ou que parece ser, mas examinando melhor, nem chega a ser alguma coisa.

E pra terminar...
Nem sei como terminar.
Tem sido assim, aliás.
Não sei onde colocar o ponto final.
Não sei qual palavra escolher.

O melhor deve ser, talvez, o repentino...
...
...
...
Silêncio.
FIM!

Um comentário:

  1. Querida, não terminar não é perigoso, o perigoso é nem começar, e se para começar, nós precisamos sonhar, então você começou tudo. Atire a primeira pedra quem nunca desitiu no meio do caminho? Foda-se quem faz "tudo certinho" e "vai até o fim", este nunca terá o prazer de ter desitido, nós, que somos humanos e temos o direito de ter medo, temos o direito de não termos dinheiro para terminar o curso de francês ou, simplesmente, achar uma merda o curso de espanhol, ahhh, viver é isso mesmo, além do mais, nós, que somos incompletos por natureza, ainda mais se resolvemos ser poeta, nós também "finalizamos" algumas coisas, mas nem sempre precisamos de "pontos-finais". Pontos-finais ficam para os que adoram a gramática prescritiva, nós somos é inventivos e sem muitas regras, apesar de termos as nossas.


    Beijos Vermelhos,

    De Poeta para Poeta!

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