Para você faço uso do meu melhor português.
Descobri vocabulários metafóricos, sinonímicos,
desconstruí todas minhas convicções gramaticais.
A forma com que você me olha é quase uma pergunta retórica.
Tão óbvio e sóbrio e direto.
Desejava sua caligrafia sendo desenhada em meu corpo cru, numa noite calada sem explicações.
Mas como calar frente aos sentimentos?
Talvez se soubesse fazer melhor uso da pragmática...
Mas não!
Sempre lançando mão de uma análise mais sintática de seus gestos.
De cada movimento que seus dedos esboçam folhando um livro, rabiscando o giz.
Essa face enigmática, algo quase vinda da realeza,
ilumina a sala e os corredores dessa minha paixão abafada.
Sua linguagem clara me desconserta e com uma quase estupidez, não te alcanço.
E de relance me imagino na sua imaginação.
Vivendo o doce encontro de nossas almas,
envoltas em papel e grafite.
Rabisco as linhas tortuosas que me levam para perto de você.
E ainda paro a me perguntar: "Será que todas minhas redundâncias te alegram?"
"Ou será que a minha tolice romântica me custará um zero?"
Ah, sua arte de ensinar me pegou desprevenida.
E agora enlouqueço,
te esqueço,
ou te beijo?
Ainda há tanto por escrever.
Tanto por aprender.
E ensinar.
Isso dá um Conto
às vezes até mais que um conto...
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
domingo, 6 de abril de 2014
Um Brasil pra Despertar
Domingo acordei 6:20 pra trabalhar.
Pensei: O cidadão que trabalha a semana toda
devia ter o domingo pra descansar.
Levantei contrariada
e sem dar muita risada
fui pra lida começar.
Agora veja você menino
a aula de Brasil desconhecido
me deram sem nem cobrar.
Um caboclo indígena me ensinou
o que nos livros não se encontra sem procurar.
Ele disse que seu povo era uma mistura de histórias com pesar.
E com toda dificuldade e seca
mesmo assim segue em frente sem engrossar.
Sua "tri avó" não resistiu à guerra.
Mas os outros guerreiros da tribo
com amor e força ainda àquela terra está.
Rituais aos frutos, poesia sem estudos
Tudo ainda por lá se encontra.
A hierarquia de cacique é só nome aos estrangeiros.
Na real o que existe é o respeito
a todo um povo que ainda vive.
A natureza tão presente
até mesmo no cordel que ecoa no continente
se faz vivo o seu cantar.
Ah Brasil infinito,
quem me dera voltar pra casa
e reconhecer todos seus gritos.
Um país de muitas línguas
se junta num só enigma
que me faz emocionar.
Naquele domingo injuriada
agradeço o índio e o negro que me deixam encantada.
E por vezes me mostram a riqueza
do sonhar mesmo acordada
Sem ter mais do que reclamar.
Pensei: O cidadão que trabalha a semana toda
devia ter o domingo pra descansar.
Levantei contrariada
e sem dar muita risada
fui pra lida começar.
Agora veja você menino
a aula de Brasil desconhecido
me deram sem nem cobrar.
Um caboclo indígena me ensinou
o que nos livros não se encontra sem procurar.
Ele disse que seu povo era uma mistura de histórias com pesar.
E com toda dificuldade e seca
mesmo assim segue em frente sem engrossar.
Sua "tri avó" não resistiu à guerra.
Mas os outros guerreiros da tribo
com amor e força ainda àquela terra está.
Rituais aos frutos, poesia sem estudos
Tudo ainda por lá se encontra.
A hierarquia de cacique é só nome aos estrangeiros.
Na real o que existe é o respeito
a todo um povo que ainda vive.
A natureza tão presente
até mesmo no cordel que ecoa no continente
se faz vivo o seu cantar.
Ah Brasil infinito,
quem me dera voltar pra casa
e reconhecer todos seus gritos.
Um país de muitas línguas
se junta num só enigma
que me faz emocionar.
Naquele domingo injuriada
agradeço o índio e o negro que me deixam encantada.
E por vezes me mostram a riqueza
do sonhar mesmo acordada
Sem ter mais do que reclamar.
sábado, 8 de março de 2014
MIGUEL
Miguel é um sonhador
Sonha toda noite
Sonha que é adulto
Sonha que é criança
Cada sonho, uma nova aventura.
Miguel sonha que é passarinho
E bate seus pezinhos como se asas fossem
Voa até onde o sol se encosta
Derruba muralhas com seus "chutinhos"
E fazendo biquinho, conversa com seres mágicos.
Às vezes o sonho de Miguel fica tenso
Dá até medo assistir
Ele grita, chora baixinho
E vai remexendo a boquinha
Imagino que ele esteja numa grande batalha
Brigando por uma grande conquista
Deseja se fartar de leite
Se alimentando fazendo biquinho
E só então abre um sorriso satisfeito.
Miguel é sonhador
Sonha toda hora
Ora sofrendo,
Em outras se esbaldando nesse mundo por trás dos seus olhos
Miguel sonha
E sonhando, aprende
Enxerga a vida de trás pra frente
Enquanto jé é crescido em sua mente
o que vemos é apenas um bebê de olhinhos trêmulos,
bracinhos desordenados e perninhas pedalantes.
Miguel sonha toda noite
Miguel é sonhador
Miguel é que é feliz.
Sonha toda noite
Sonha que é adulto
Sonha que é criança
Cada sonho, uma nova aventura.
Miguel sonha que é passarinho
E bate seus pezinhos como se asas fossem
Voa até onde o sol se encosta
Derruba muralhas com seus "chutinhos"
E fazendo biquinho, conversa com seres mágicos.
Às vezes o sonho de Miguel fica tenso
Dá até medo assistir
Ele grita, chora baixinho
E vai remexendo a boquinha
Imagino que ele esteja numa grande batalha
Brigando por uma grande conquista
Deseja se fartar de leite
Se alimentando fazendo biquinho
E só então abre um sorriso satisfeito.
Miguel é sonhador
Sonha toda hora
Ora sofrendo,
Em outras se esbaldando nesse mundo por trás dos seus olhos
Miguel sonha
E sonhando, aprende
Enxerga a vida de trás pra frente
Enquanto jé é crescido em sua mente
o que vemos é apenas um bebê de olhinhos trêmulos,
bracinhos desordenados e perninhas pedalantes.
Miguel sonha toda noite
Miguel é sonhador
Miguel é que é feliz.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Com ou Sem Ilusões?
Pare.
Nesse lugar, nesse momento.
Não vale se mover.
E se eu te dissesse que um novo e grande amor te espera na próxima esquina da sua vida?
E se te assegurasse que esse amor tornaria seus sonhos realidade?
Te prometesse que ele reviraria seus alicerces da forma tal qual você desejou?
Sou capaz de assinar embaixo que ele vai estremecer seus pavores do caminho.
Ele vai te amar de uma maneira suada, forte, destemida, quase desesperada.
Vai te mostrar com a impaciência da juventude o tamanho dos seus quereres, seus sabores latentes e seus corredores misteriosos. Pois é por esse caminho que ele lhe mostrará abertamente, dilaceradamente todo seu amar.
Através de seu olhar vai te encantar e fantasiar toda sua ilusão mais carente.
Ele vai, de alguma forma, te conquistar pedaço por pedaço, deixando sua arte falar mais alto, aproximando seu céu com seu mar.
E embebida nesse sonho concreto e bonito, eu lhe pergunto: Você aceitaria esse amor? Sairia desse seu momento e abandonaria a falta de coragem pela falta do pensar? Optaria pela possibilidade de sentir e se arrepiar, contrapondo toda aquela lógica diária, imposta e disposta e te enrolar?
Você cairia de cabeça, sem olhar, sem medir e sem chorar?
Decifraria, enfim, o quebra-cabeça do amor inexistente de Platão, de Dionísio e de ninguém?
Poetizaria um final feliz no mundo das ideias que não fecha as janelas do belo e do colorido?
Teria você a ousadia de arrebatar todas as profecias anti-herói, anti-romance, anti-príncipe encantado?
Quebraria o gelo e se queimaria no calor dessa paixão tão aflita?
Pois eu, minha cara, lhe reafirmo que esse tal rapaz se encontra ali, na próxima rua e pronto pra te tomar.
Mas volto a perguntar: O que você fará com sua segurança rotineira? Com sua aliança? Com seu par de chinelos velho? Vai se descalçar? Vai substituir o medo pelo prazer desse encontro?
Acredito que essa possa ser sua história genial e mais completa de carnaval. Não se espelhe em mim que sempre tive as escolhas certeiras e previsíveis. Eu escolho esconder a efervescência da minha alma e me realizar em histórias criadas, mal educadas e rebeldes.
Ah, essa vida cinza de todos os tons que se projeta em histórias alheias, distantes e coloridas.
Eu lhe afirmo que esse homem lhe comeria, beberia e viveria sua essência.
Rasgaria sua roupa, sua pele e sua alma. Você o encontraria ali, tão perto, tão inteiro, dentro de seu ser encantado.
E pergunto: Você acredita nessa fada que escreve contos para distrair as inquietações humanas?
Acredita no encantamento de um rapaz que te acordará com um beijo, que calçará seus pés com cristais em sapato? Acredita na vista primeira de um amor amanhecido nos olhares de dois em um que se completa por toda a floresta, pleo mar e pelas montanhas?
Porque pra ser bem sincera, eu não acredito.
Eu prefiro as rosas já saboreadas no portão.
Prefiro me fechar em minha escuridão particular que olhar o sol da ilusão.
Prefiro mesmo o calar que o temor de perder de novo pra traição.
Mas e você vai querer com ou sem ilusão?
Nesse lugar, nesse momento.
Não vale se mover.
E se eu te dissesse que um novo e grande amor te espera na próxima esquina da sua vida?
E se te assegurasse que esse amor tornaria seus sonhos realidade?
Te prometesse que ele reviraria seus alicerces da forma tal qual você desejou?
Sou capaz de assinar embaixo que ele vai estremecer seus pavores do caminho.
Ele vai te amar de uma maneira suada, forte, destemida, quase desesperada.
Vai te mostrar com a impaciência da juventude o tamanho dos seus quereres, seus sabores latentes e seus corredores misteriosos. Pois é por esse caminho que ele lhe mostrará abertamente, dilaceradamente todo seu amar.
Através de seu olhar vai te encantar e fantasiar toda sua ilusão mais carente.
Ele vai, de alguma forma, te conquistar pedaço por pedaço, deixando sua arte falar mais alto, aproximando seu céu com seu mar.
E embebida nesse sonho concreto e bonito, eu lhe pergunto: Você aceitaria esse amor? Sairia desse seu momento e abandonaria a falta de coragem pela falta do pensar? Optaria pela possibilidade de sentir e se arrepiar, contrapondo toda aquela lógica diária, imposta e disposta e te enrolar?
Você cairia de cabeça, sem olhar, sem medir e sem chorar?
Decifraria, enfim, o quebra-cabeça do amor inexistente de Platão, de Dionísio e de ninguém?
Poetizaria um final feliz no mundo das ideias que não fecha as janelas do belo e do colorido?
Teria você a ousadia de arrebatar todas as profecias anti-herói, anti-romance, anti-príncipe encantado?
Quebraria o gelo e se queimaria no calor dessa paixão tão aflita?
Pois eu, minha cara, lhe reafirmo que esse tal rapaz se encontra ali, na próxima rua e pronto pra te tomar.
Mas volto a perguntar: O que você fará com sua segurança rotineira? Com sua aliança? Com seu par de chinelos velho? Vai se descalçar? Vai substituir o medo pelo prazer desse encontro?
Acredito que essa possa ser sua história genial e mais completa de carnaval. Não se espelhe em mim que sempre tive as escolhas certeiras e previsíveis. Eu escolho esconder a efervescência da minha alma e me realizar em histórias criadas, mal educadas e rebeldes.
Ah, essa vida cinza de todos os tons que se projeta em histórias alheias, distantes e coloridas.
Eu lhe afirmo que esse homem lhe comeria, beberia e viveria sua essência.
Rasgaria sua roupa, sua pele e sua alma. Você o encontraria ali, tão perto, tão inteiro, dentro de seu ser encantado.
E pergunto: Você acredita nessa fada que escreve contos para distrair as inquietações humanas?
Acredita no encantamento de um rapaz que te acordará com um beijo, que calçará seus pés com cristais em sapato? Acredita na vista primeira de um amor amanhecido nos olhares de dois em um que se completa por toda a floresta, pleo mar e pelas montanhas?
Porque pra ser bem sincera, eu não acredito.
Eu prefiro as rosas já saboreadas no portão.
Prefiro me fechar em minha escuridão particular que olhar o sol da ilusão.
Prefiro mesmo o calar que o temor de perder de novo pra traição.
Mas e você vai querer com ou sem ilusão?
domingo, 31 de março de 2013
Discurso da Turma de 2009 - UNIMEP
QUEM AQUI QUER SER PROFESSOR?
Eu
queria começar com algumas perguntas: Quem aqui quer ser professor?
Quem
ainda pensa em ser professor no Brasil?
Quem
vai querer perder os fins de semana corrigindo provas?
Quem
vai querer passar suas horas vagas preparando aulas?
Quem,
em sã consciência, vai querer além de tudo isso, lançar mão de toda sua criatividade
para motivar o interesse de seus alunos?
Ninguém
quer ser professor hoje em dia, certo?!
Mas
e na infância, quantos de vocês já brincaram de escolinha? Principalmente as
meninas. Vai dizer que você nunca chegou da escola, jogou a mochila no canto e
se transformou na mestra em sua sala de aula imaginária?
Quantas
crianças já imitaram a lista de chamada, o ensinar com paciência àqueles que
tinham dificuldade em aprender, a maneira séria de distribuir provas entre as
fileiras onde suas bonecas sentavam apreensivas?
Todos nós em algum momento pensamos que seria
muito bacana se pudéssemos transmitir o que sabíamos aos que estavam ali em
nossa frente, sedentos pelo saber. Todos nós sonhamos um dia poder consertar a
educação, ajeitar os alunos e dar um rumo novo ao nosso país.
Mas
eu devo dizer, é trabalhoso. Não somos bem remunerados. Não somos valorizados.
Não andam respeitando a gente ultimamente.
Quem
então vai querer ser professor?
Quem
aí vai querer passar quatro anos estudando Vigotsky, Paulo Freire, Chomsky e
tantos outros?
Eu
tenho essa resposta pra vocês. Eu lhes digo que apenas os ousados querem ser
professor hoje em dia. Porque na realidade, escolher essa profissão é uma baita
ousadia. É uma rebeldia sem tamanho não dar ouvidos ao que todos falam com
propriedade de que NÃO, não somos bem remunerados, nosso trabalho não é
reconhecido e de que nada vale tanto esforço já que muita coisa não vai mudar
mesmo.
Nós
não escutamos essas coisas. E passamos quatro anos estudando, perdemos noites
de sono, lendo poesia, contos, textos. E depois ousamos mais uma vez, ousamos
analisá-los, debatê-los, discordar desses autores todos. E por fim ainda,
resolvemos escolher um tema, aprofundar nele, ler livros sem fim, porque uma
pesquisa leva à outra e à outra e à outra. E fizemos nosso último trabalho na
faculdade.
Ai
nosso TCC!
Beiramos
a loucura. O tempo que não ajudava nos apertava, e a gente...chorava. Porque
não tinha outra coisa a se fazer naquela hora a não ser chorar. Mas então lembrávamos
a ousadia e voltávamos a ler mais um pouco e rabiscar umas linhas, tentando
escrever dessa vez nossa leitura, tentávamos adicionar o nosso ponto de vista.
Petulância, talvez, mas o resultado foi que dessa turma saiu trabalhos
completos, diversos e feitos com muita competência. E sabe de quem foi a culpa?
Mais uma vez, dos professores.
É,
dos nossos professores que também foram rebeldes um dia e escolheram trilhar
essa mesma profissão. Eles que também tiveram paciência quando estávamos a
ponto de trancar a matrícula no oitavo semestre. Loucura tentar ser professor.
Insanidade QUERER ser professor.
E
daí, depois de termos escolhido essa profissão, viemos parar aqui, na UNIMEP
numa turma que iniciou em 2009. E o que dizer dessa turma? Doze pessoas, onze
mulheres, UM homem, alguns com idade abaixo dos vinte, outros nos trinta e
quarenta. Alguns conheciam apenas sua cidade ou outra, outros já havia visitado
toda a Europa. Alguns frequentadores do barzinho da faculdade, outros não
sabiam nem como chegava lá. Alguns já lecionavam outros nem sabiam se chegariam
até o final desse curso.
Quer
dizer, tinha tudo pra dar errado, pra ter discussões acaloradas, ideias
diversas. E não é que teve mesmo? Essa turma de 2009 era tudo o que havia de
mais heterogêneo, ninguém combinava com quase ninguém e, então, a seleção
natural das amizades começou, os grupinhos foram se formando e numa sala tão
minúscula de doze pessoas, era possível pensar, só de olhar na disposição das
cadeiras, que toda aula era feita em grupos. Estudávamos juntos só que
separados. Quanta distância.
Mas
em nosso percurso aprendemos muito mais que Vygotsky, Chomsky ou Paulo Freire.
Aprendemos lições da vida e para a vida toda. Entendemos nossas diferenças e
enxergamos a competência de cada um. Aceitamos que apesar de eu não acompanhar
muito Gossip Girl, por exemplo, eu podia aprender sobre tradução com essa
série. Aprendi que apesar de não falar nada em Esperanto, eu poderia acrescentar
muito em termos de linguagem, ouvindo todas as histórias Esperantistas nessa
turma. Aprendi que cultura é fundamental num livro didático, que a língua
franca das empresas multinacionais vai além de só saber falar inglês, que
pronúncias nascem de maneiras inexplicáveis com o contato entre duas línguas.
Que a literatura ajuda muito a motivar os alunos à leitura.
Eu
aprendi que, apesar de achar que eu uso uma linguagem artística para escrever,
seria também importante aprender a ter uma escrita acadêmica. Eu aprendi que
apesar de uma professora parecer brava de arrepiar os cabelos, ela poderia ser
uma amiga muito bem-humorada, por sinal. Eu entendi que ensinar não é só chegar
à frente da sala e despejar meu conhecimento nos meus alunos, mas que era
preciso prestar atenção também nos meus discursos e qual a posição do sujeito
desse discurso.
Aprendi
que eu posso dizer muito em 15 minutos, antes que a plaquinha de “faltam 5
minutos” se levantasse. Eu aprendi que aqui na faculdade, durante quatro anos,
eu tive muito mias que professores e colegas de classe, eu encontrei parceiros
de profissão, tão malucos e ousados quanto eu. Pessoas que também se diverte
com seus alunos, profissionais que respeitam o outro antes de estar à frente de
uma turma. Pessoas que enfrentam dificuldades e adversidades todos os dias pelo
amor do ensino, pelo carinho de ver o outro aprendendo e nos superando.
Por
isso tudo, meus amigos, quando vocês estiverem por aí e alguém perguntar de
novo: ‘Quem hoje em dia vai querer ser professor?’ Façam-nos um favor e
respondam: a Aline, a Daiane, a Laís, a Jaqueline, a Camila, a Vanessa, a
Graziele, a Luciana, a Sabrina, a Gabriela, a Jéssica e o Guilherme. Nós
queremos e somos professores.
Muito
obrigada por tudo o que vocês me ensinaram. Parabéns a essa turma única e
ousada.
Obrigada!
quinta-feira, 28 de março de 2013
Briga de Gato
Quando junta dois ou três, sai de baixo.
Gato não tem paciência. Ele nos olha sempre de cima, de uma perspectiva só dele.
Ontem teve briga de gato na casa da vizinha.
Foi uma miadeira sem fim. Quem ganhou, quem perdeu, não sei.
Eu só conseguia ouvir a barulheira deles. E o pobre coitado do cachorro do vizinho do outro lado.
Sim, porque cachorro é um bicho invejoso. Ele se faz de imponente para os felinos, mas no fundo adora um barraco de gato.
Cachorro queria ser gato. Poder miar, arranhar, fazer amor ao estilo "papai-mamãe". Porque pra se reproduzir, cachorro fica sempre de quatro.
Gato não. Gato se deita, se deleita, geme às alturas, morde o parceiro, aperta os pelos da gatinha, é uma reviravolta de sentimentos. Enquanto o cachorro fica lá, olhando as costas da sua parceira, numa mesma posição até o fim. Não tem muita escolha, fica parado lá até acabar e pronto.
Não sei se eu queria ser gato ou cachorro.
Gato se lambuza no lixo como se fosse o mar de Copacabana.
Cachorro perambula pela cidade com aquela cara de pidão, esperando qualquer migalha. Mas sempre dá certo.
Gato é quase sempre odiado, rejeitado e abandonado à própria sorte.
Cachorro é amado, afagado, tem seus privilégios.
Difícil escolher!
Só sei que no final das contas a gataiada da vizinha fez um carnaval lá no quintal.
Teve petisquinhos e birita até tarde. Nem vi a hora que o último gatinho lambeu as patas e se despediu.
No dia seguinte só sobraram os novelos de lã emaranhados entre as telhas.
E do outro lado da rua estava o pobre do cachorro do outro vizinho. Com uma orelha pra cima e outra pra baixo. Abanava o rabinho cada vez que um humano se aproximava e rosnava pra cada gato que aparecia.
Eta rixa boa desses dois animais!
Sempre sendo gato e cachorro.
A inveja de um que alimenta o ego do outro.
Não sei quem eu serei hoje à noite.
Se gata no cio ou cachorra adestrada.
Se dou a patinha ou se lambo os bigodes com leite.
Gato não tem paciência. Ele nos olha sempre de cima, de uma perspectiva só dele.
Ontem teve briga de gato na casa da vizinha.
Foi uma miadeira sem fim. Quem ganhou, quem perdeu, não sei.
Eu só conseguia ouvir a barulheira deles. E o pobre coitado do cachorro do vizinho do outro lado.
Sim, porque cachorro é um bicho invejoso. Ele se faz de imponente para os felinos, mas no fundo adora um barraco de gato.
Cachorro queria ser gato. Poder miar, arranhar, fazer amor ao estilo "papai-mamãe". Porque pra se reproduzir, cachorro fica sempre de quatro.
Gato não. Gato se deita, se deleita, geme às alturas, morde o parceiro, aperta os pelos da gatinha, é uma reviravolta de sentimentos. Enquanto o cachorro fica lá, olhando as costas da sua parceira, numa mesma posição até o fim. Não tem muita escolha, fica parado lá até acabar e pronto.
Não sei se eu queria ser gato ou cachorro.
Gato se lambuza no lixo como se fosse o mar de Copacabana.
Cachorro perambula pela cidade com aquela cara de pidão, esperando qualquer migalha. Mas sempre dá certo.
Gato é quase sempre odiado, rejeitado e abandonado à própria sorte.
Cachorro é amado, afagado, tem seus privilégios.
Difícil escolher!
Só sei que no final das contas a gataiada da vizinha fez um carnaval lá no quintal.
Teve petisquinhos e birita até tarde. Nem vi a hora que o último gatinho lambeu as patas e se despediu.
No dia seguinte só sobraram os novelos de lã emaranhados entre as telhas.
E do outro lado da rua estava o pobre do cachorro do outro vizinho. Com uma orelha pra cima e outra pra baixo. Abanava o rabinho cada vez que um humano se aproximava e rosnava pra cada gato que aparecia.
Eta rixa boa desses dois animais!
Sempre sendo gato e cachorro.
A inveja de um que alimenta o ego do outro.
Não sei quem eu serei hoje à noite.
Se gata no cio ou cachorra adestrada.
Se dou a patinha ou se lambo os bigodes com leite.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Ele tem namorada!
(Diálogo entre duas amigas que não se viam há sete anos)
- E daí que ele tem namorada?
- Como assim e daí? Você não vai querer encontrar com ele e atrapalhar a vida do cara, né?
- Atrapalhar? Quem disse que eu vou atrapalhar alguma coisa? Minha intenção é só ajudar...
- Não sei como você consegue ser assim. Ele tem NA-MO-RA-DA.
- Já é a segunda vez que você fala isso e eu já entendi!
- Então deixa o cara e a garota em paz. E ainda se poupe de receber um fora federal.
- Mas eu não vou fazer nada. Só quero encontrar com ele, ir à praia, cinema, sei lá, relembrar os velhos tempos. Sabia que ele foi na praia comigo uma única vez em três meses? Agora, no cinema, perdi as contas de quantos e quais filmes assistimos. Assistimos..? Quase assistimos!
- Então, é isso: tudo no passado. Já foi sua vez!
- Ai como é que você pode ser minha melhor amiga e ser tão careta assim?
- Não sou careta. Só estou querendo te poupar. Não entendo essas coisas que você faz tão sem pudor.
- Pudor? Eu sou adulta, vacinada e normalmente cheia de tesão pra dar (com o perdão do trocadilho). Ele também é adulto, vacinado e sabe fazer tão gostoso.
- Eu tenho vergonha até de ouvir essas coisas que você diz. Posso pedir uma coisa, na boa? Pára de falar essas coisas comigo? Não quero ser sua cúmplice.
- Ah tá. Eu te revejo depois de sete anos e você não quer nem me ajudar? Me dá o número dele, vai? Por favor, por favor!
- Pára com essa cara de pidona! Não vou te dar!
- Você sabe que eu vou conseguir de qualquer jeito. Só que se você me der, vai facilitar minha descoberta.
- Que descoberta?
- Pensa comigo: Se ele disser não e eu tomar o tal "fora federal", vou achar ele mais fofo ainda. Ele vai mostrar que é fiel e honesto. Não é lindo? Agora, se ele topar, vou saber que ele continua o mesmo safado de antes e que só liga pro momento e pra vontade de trepar que ele estiver sentindo na hora. De qualquer forma, vou sair ganhando!
- "Trepar"? Olha como você coloca as coisas?
- Qual o problema? Estamos em pleno século vinte um, somos livres, lembra? Já temos o direito ao voto e a falar "trepar" quantas vezes quisermos. E não só de falar, mas de fazermos tantas quantas vezes aguentarmos. Ha ha ha ha ha ha.
- (com voz baixinha) Eu não "trepo". Eu "faço amor" com meu namorado. E poderia ser século trinta e um, eu pensaria da mesma forma.
- Ahhhh, você sabe como acho lindo seu namoro com o Fafá, só que não funciona assim comigo. Nunca funcionou. Desculpe. Eu prefiro trepar, transar, dar, do que fazer amor, porque eu não estou "fazendo amor" quando saio com esses caras. Só estou me divertindo e procurando saciar meu desejo.
- Você precisa encontrar um cara que te preencha.
- E esse cara existe por acaso?
- Claro. Se eu encontrei o meu cara, você também pode encontrar o seu.
- Aí é que tá. É muito difícil me saciar, eu não sou ligada nesse lance de mela-mela, romantismo, flores, declarações de amor, facebook em conjunto. Eu só quero me divertir enquanto minhas pernas aguentarem e o corpinho ajudar. Ha ha ha ha.
- EU queria te ajudar, só isso. O cara tem namorada!
- Ai meu Deus. "Ele tem namorada" pela terceira vez. Já tô sabendo. Mas e aí, vai me ajudar ou não?
- Ai que saco. Anota aí: 8275-...
- Valeu, amiga!! Você é um anjo!
- Eu sei. E você é o capeta em forma feminina.
- Adoro! Ha ha ha ha.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
TE QUERO
Quero alguém que me queira por querer.
Alguém que queira meu corpo, meu cheiro, meu gosto.
Quero alguém que me queira porque sou eu.
Alguém que me chame pro lado cheio da cama.
Alguém que não use desculpas pra me convidar.
Eu quero alguém por inteiro.
Alguém que não me deseje só quando estou embriagada.
Quero a sobriedade do desejo contido.
Quero o amor em última instância.
Quero escrever histórias com palavras desconhecidas.
Eu quero porque sim, porque posso e porque é pra ser.
Alguém que não me contenha.
Alguém, que me domine, alguém me laceia.
Alguém que não me chame pra mais um sexo.
Que não me cheire a nuca pra me ganhar.
Que me pegue pelo braço sem pedir.
Me tome o corpo, a alma e os quadris.
Quero dividir o lençol, o suor e o gozar.
Gozar de uma vida com relâmpagos que se acendam e incendeiam meu interior.
Eu quero esse alguém igual a mim,
com pernas, boca e o olhar, o ensinar e o aprender.
Aquele olhar que pede, que invade meu cantar.
A melodia do anoitecer que me transforma em outro ser, outro querer, um novo viver.
Eu quero o mar, o luar, o vento e o calor.
O calor que vem dos seus abraços, dos seus seios, do seu deixar tocar.
Me deixe invadir sua vida, sua cama e o seu desejo.
Te busco, te espero e te chamo:
venha me encontrar!
Se é crime te querer, me condene, me prenda, me julgue.
mas permita que te encontre na esquina, na quina, no rodapé do quarto.
Me deixe te ver, te ter, te pegar de jeito, sem jeito, de perto.
Te quero junto, quero tudo o que tiver pra mim.
Me inspire e respire minhas vírgulas, minhas letras, meus contos.
Todos eles que não terminam, que nunca encontram seu sim.
Eu quero você, agora, sem hora, pra nunca mais terminar.
Aproveitando a deixa, te deixo sem sinais de levantar.
Pense.
Repense todo seu negar.
Eu quero alguém assim igual a você e a mim.
Eu te quero inteira só por hoje, e amanhã, e depois, e depois, e depois...
Alguém que queira meu corpo, meu cheiro, meu gosto.
Quero alguém que me queira porque sou eu.
Alguém que me chame pro lado cheio da cama.
Alguém que não use desculpas pra me convidar.
Eu quero alguém por inteiro.
Alguém que não me deseje só quando estou embriagada.
Quero a sobriedade do desejo contido.
Quero o amor em última instância.
Quero escrever histórias com palavras desconhecidas.
Eu quero porque sim, porque posso e porque é pra ser.
Alguém que não me contenha.
Alguém, que me domine, alguém me laceia.
Alguém que não me chame pra mais um sexo.
Que não me cheire a nuca pra me ganhar.
Que me pegue pelo braço sem pedir.
Me tome o corpo, a alma e os quadris.
Quero dividir o lençol, o suor e o gozar.
Gozar de uma vida com relâmpagos que se acendam e incendeiam meu interior.
Eu quero esse alguém igual a mim,
com pernas, boca e o olhar, o ensinar e o aprender.
Aquele olhar que pede, que invade meu cantar.
A melodia do anoitecer que me transforma em outro ser, outro querer, um novo viver.
Eu quero o mar, o luar, o vento e o calor.
O calor que vem dos seus abraços, dos seus seios, do seu deixar tocar.
Me deixe invadir sua vida, sua cama e o seu desejo.
Te busco, te espero e te chamo:
venha me encontrar!
Se é crime te querer, me condene, me prenda, me julgue.
mas permita que te encontre na esquina, na quina, no rodapé do quarto.
Me deixe te ver, te ter, te pegar de jeito, sem jeito, de perto.
Te quero junto, quero tudo o que tiver pra mim.
Me inspire e respire minhas vírgulas, minhas letras, meus contos.
Todos eles que não terminam, que nunca encontram seu sim.
Eu quero você, agora, sem hora, pra nunca mais terminar.
Aproveitando a deixa, te deixo sem sinais de levantar.
Pense.
Repense todo seu negar.
Eu quero alguém assim igual a você e a mim.
Eu te quero inteira só por hoje, e amanhã, e depois, e depois, e depois...
sábado, 8 de dezembro de 2012
E começa assim...
Não há manifestação maior do egoísmo que a dor de uma traição.
Tudo o que nos sustenta em pé parece desmoronar ao som de vários explosivos.
Nosso sangue parece se inverter e fazer o coração bater tão alto a ponto de o escutarmos do lado de fora do corpo humano. (E é possível isso?)
Um buraco absurdo no estomago, o raciocínio vira transtorno latente, as mãos trêmulas e as pernas desorientam-se movendo-se sem direção.
As palavras saem sem propósitos, o choro é sofrido, amargo, doente. O sentimento é de morte matada definitivamente pra sempre.
Tudo o que nos sustenta em pé parece desmoronar ao som de vários explosivos.
Nosso sangue parece se inverter e fazer o coração bater tão alto a ponto de o escutarmos do lado de fora do corpo humano. (E é possível isso?)
Um buraco absurdo no estomago, o raciocínio vira transtorno latente, as mãos trêmulas e as pernas desorientam-se movendo-se sem direção.
As palavras saem sem propósitos, o choro é sofrido, amargo, doente. O sentimento é de morte matada definitivamente pra sempre.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Imoral
Sentir o cheiro que vem de você quando chora, quando ri, quando me ama.
Aquele aroma biológico, químico, metafísico que misturado ao meu, exala a mistura perfeita da paixão.
Eu aprendi a te tocar, te dar e tirar prazer de você, com você.
Aprendi a te meditar, parar e te ver na rua, no carro, no banho, na cama.
Consegui te beijar com o fechar dos meus olhos, te degustar com o lamber dos meus lábios.
Te alcancei ali tão perto, tão inteiro, tão para mim.
E então você dança, e canta, e balbucia um 'sim'.
Volta e revolta para me entontecer.
E desperta um coração tão tolo, tão sem mais nem porquês.
Você faz de graça, nem me ameaça, promete, cumpre e me agrada.
Eu sonho, desejo um beijo. Só mais um...
Seu beijo real diante de tanto sonhar.
Eu quero sua língua, sua linguagem, sua literatura,
todas elas envoltas em arte, de bandeja, de presente.
Espero sua chegada, seu término, seu caminho.
Me entrego ao seu chamado, seu gemido, suas palavras.
Fala ao pé do meu ouvido, à ponta do meu juízo, ao som do vai e vem dos nossos corpos.
De frente me namora com o olhar, com a alma, com o sexo.
Me ordena que deite, que deixe, que arrepie.
Permissão para tomar nas mãos meu ser infinito, aceso em brasa.
Me come aos poucos, saboreando o paladar íntimo da loucura.
Eu com você não pode ser.
Nós de mãos dadas, de peito rasgado, de coxa colada,
só servem para atordoar a moralidade, a ética e a paz.
Assim mesmo, me atiça, me anima e sem mais, sai de cena,
Me tortura de tal forma que esqueço a sensatez que me abandona.
Me abandona à sua sorte, à sua vontade.
Sem me questionar voa para longe.
E depois de muito tempo, as águas que te devolvem me saciam a pele, hidratam a alma, me banhando em contentamento.
Acredite, me seduz ao me olhar.
Você me consome o existir e o desejar.
Manipula meus atos, meus abraços e meu falar.
A rigidez dos músculos que contrai a vontade de se dar,
me alimenta o desejo de te pegar pelas pernas, pela nuca, pela boca.
Nu em meu peito, se esfrega no intenso mar de vontades doidas e proibidas.
Pede mais, me concede mais,
mais uma vez, outra vez, toda vez.
E o ato imoral peca por querer,
Concede o masturbar dos encontros.
Desobedece o bom costume.
E termina por gozar rente aos lábios, de frente, de quatro.
E em meio a tanto desejar,
sem mais palavras,
posso agora repousar no intenso ato de te amar.
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